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Novo dono do Espanhol enfrentará problemas: entenda a crise do Hospital que será leiloado

Hospital fechou as portas em setembro de 2014, atolado em dívidas

  • Foto do(a) author(a) Carol Aquino
  • Carol Aquino

Publicado em 1 de maio de 2017 às 06:01

 - Atualizado há 2 anos

(Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO)Arranjar um comprador para o Hospital Espanhol é uma missão quase impossível, já que a unidade está cheia de problemas. Dívidas milionárias, ameaça de desapropriação e deterioração do equipamento são alguns dos desafios de quem arrematar o hospital.

Por causa de um decreto de utilidade pública de 2014, o terreno em que está localizado na Barra, área nobre da cidade, só pode ser utilizado para abrigar uma unidade de saúde. Ou seja, outros tipos de empreendimentos imobiliários - comerciais ou residenciais - estão descartados.

Adicionando mais fermento neste bolo, o governador Rui Costa (PT) tem dito abertamente à imprensa que tem interesse no Hospital Espanhol. Há chances reais de o estado participar do leilão ou até mesmo desapropriar o bem para que a unidade seja administrada pelo Planserv e passe a atender os funcionários públicos estaduais. O difícil será encontrar alguém que tenha coragem de investir quase R$ 200 milhões em um prédio que pode ser desapropriado depois.

Há dois processos correndo na Justiça que tentam impedir a venda do hospital. Um é da Sociedade Real Espanhola de Beneficência, responsável pelo Espanhol, que considerou que no edital não estão claros os critérios que levaram à avaliação de R$ 195 milhões pelos prédios e equipamentos. O outro é da Desenbahia, que pediu a falência da unidade devido a uma dívida não quitada de pelo menos R$ 53 milhões, sem contar os juros e correções monetárias. Com a falência, cancela-se o leilão, e as dívidas com cada credor serão recalculadas.

Os dois processos tiveram um resultado negativo em uma primeira decisão, mas ainda correm recursos na Justiça. O hospital ainda tem dívidas com antigos fornecedores, como a Caixa Econômica Federal, depois de um empréstimo de R$ 57,6 milhões, e o Município de Salvador (impostos não pagos).

Para completar, o novo dono do Espanhol terá que fazer um bom investimento em reforma e requalificação para dar ao hospital, fechado desde 2014, condições de funcionamento.Entenda a crise do Espanhol:

10 de setembro de 2014A Real Sociedade Espanhola de Beneficência leva ao MP-BA a necessidade de dois novos empréstimos: R$ 2,5 milhões para pagamento de honorários e a suspensão de pagamento em 120 dias das prestações devidas aos credores. A Caixa Econômica Federal e a Desenbahia pedem 30 dias para avaliar a moratória das parcelas.

11 de setembro de 2014Decreto 15.425 do então governador Jaques Wagner (PT) transforma o hospital em bem de utilidade pública – ou seja, só poderia manter a mesma atividade (saúde). Na época, Wagner explicou que a intenção era evitar especulação imobiliária.

25 de setembro de 2014Reportagem do CORREIO mostrou que, em 15 dias, com o hospital fechado, a dívida aumentou R$ 1,2 milhão – antes, era de R$ 200 milhões. Por dia, custo de unidade fechada é de R$ 80 mil.

28 de novembro de 2014A Real Sociedade Espanhola de Beneficência informa que recebeu proposta de três grupos para reabrir hospital.

23 de fevereiro de 2015Um decreto no Diário Oficial do Estado determina que a Caixa passa a ser proprietária do Centro Médico Manuel Antas Fraga, anexo do Hospital Espanhol - que seria garantia pelo empréstimo feito pelo banco.

23 de abril de 2015Sócios e colaboradores do hospital se reúnem para discutir a composição da diretoria da instituição. Ao todo, o hospital conta com 2,4 mil sócios, além de outros dois mil dependentes.

24 de abril de 2015Tribunal Regional do Trabalho (TRT5) define que a Real Sociedade tem seis meses para concluir a venda dos prédios e quitar as dívidas trabalhistas.

26 e 27 de setembro de 2016A Real Sociedade informa que aceitou uma proposta do Grupo Promédica, operadora de saúde baiana, para compra do hospital. A empresa se compromete a apresentar proposta: negócio ultrapassa R$ 104 milhões.

12 de outubro de 2016Em meio às comemorações pelo Dia da Espanha, o cônsul-geral em Salvador, Gonzalo Fournier, decide celebrar missa na capela do hospital.

17 de outubro de 2016Sem solução, os sócios se reúnem com o conselheiro de emprego da Espanha, Pablo Figueroa, para discutir a situação do hospital – dívida é de R$ 500 milhões.

20 de outubro de 2016TRT5 divulga que o hospital tem 1.831 processos que totalizam uma dívida trabalhista de quase R$ 125 milhões.

07 de março de 2017TRT5 publica edital de venda do Hospital Espanhol.

17 de março de 2017Justiça nega pedido de falência do Hospital Espanhol impetrado pela Desenbahia.

10 de maio de 2017Último dia para envio das propostas da Oferta Pública do Hospital Espanhol