PM acusado de balear quatro pessoas na Barra diz que tiros foram acidentais

Ele passará por audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (29)

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  • Gil Santos

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 12:17

- Atualizado há um ano

O soldado da Polícia Militar Manoel Landulfo Sampaio, 36 anos, preso após balear quatro pessoas na Barra, na noite de domingo (28), durante as comemorações pela eleição de Jair Bolsonaro (PSL), alega que os disparos foram acidentais. A Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra-BA) está assessorando o policial e informou que os tiros aconteceram durante uma briga. Ele vai passar por audiência de custódia às 14h desta segunda-feira (29).

Segundo o diretor de esportes da Aspra, Lázaro Alexandre, o policial contou que não teve a intenção de atirar. “Ele disse que tentaram pegar a arma dele durante a briga e, na confusão, ela disparou”, afirmou.

O Batalhão de Choque de Lauro de Freitas, onde os policiais militares ficam custodiados, está em reforma e, por isso, Manoel está preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em uma área específica para a categoria. Nesta tarde, ele será levado até a unidade do Dendezeiros da Polícia Militar, na Cidade Baixa, para passar por audiência.

O policial foi preso por uma equipe da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) do Batalhão de Choque da PM e levado para a Central de Flagrantes depois de uma confusão na Rua do Gavazza, na Barra.

Segundo as vítimas, durante a briga, ele sacou a arma e fez alguns disparos, atingindo quatro pessoas. Ele responde por tentativa de homicídio.

As vítimas foram socorridas para os hospitais Português e Geral do Estado (HGE). O estado de saúde delas não foi divulgado.

Confusão Uma ambulante que trabalhava no local, e Daniel Duarte Weber, 25, chegaram ao HGE depois de serem socorridos por uma viatura da 11ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Barra), por volta das 23h30.

As outras duas vítimas, levadas para o Hospital Português, ainda não foram identificadas. A assessoria do hospital informou que não poderia dar detalhes sem os nomes dos pacientes.

De acordo com informações registradas no boletim de ocorrência do Posto da Polícia Civil do HGE, a ambulante contou aos civis que um desconhecido, aparentemente bêbado, gritou, se identificando como PM, depois de começar uma briga. Ainda segundo ela, o soldado sacou uma arma da cintura e começou a atirar, acertando a perna direita dela.

Já Daniel, outra vítima, relatou que estava na companhia de um amigo, o mesmo que teria começado a discutir com Manoel, quando decidiu intervir na discussão dos dois e acalmar os ânimos de ambos. Ele foi baleado no tórax.