Traficantes que filmaram execução de usuário de drogas e mataram PM são presos

Segundo a polícia, o grupo matou Adriano dos Santos Nascimento, em 3 de fevereiro, no Vale das Pedrinhas

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  • Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 17:37

- Atualizado há um ano

Cinco traficantes acusados de matar um usuário de drogas em novembro do ano passado na Chapada do Rio Vermelho foram presos e apresentados à imprensa nesta segunda-feira (22). Segundo a Polícia Civil, os bandidos ainda filmaram a execução de Jair Nascimento dos Santos e divulgaram o vídeo em uma rede social. Janderson, Firmino, Jean, Adenildo e Carlos André foram presos na sexta (Foto: Polícia Civil)Os cinco suspeitos, Firmino Santana de Jesus, Filho, 19 anos, Janderson Luís Silva de Oliveira, 22, Jean Pessoa de Jesus, 21, Carlos André Pereira Souza, 29, e Adenildo Almeida Santos, 29, foram presos na sexta-feira em operação no Rio Vermelho, Chapada do Rio Vermelho, Nordeste de Amaralina e Santa Cruz. Além da morte de Jair, eles ainda são acusados por duas outras mortes na mesma região.

Segundo a polícia, o grupo matou Adriano dos Santos Nascimento, em 3 de fevereiro, no Vale das Pedrinhas, crime também motivado por dívidas de drogas. Eles também estão envolvidos no roubo e morte do tenente da PM Almirangelo Costa Santana, em 2014, no Rio Vermelho. Um traficante identificado como Marão, que também participou da morte de Jair, já está preso.

Uma das armas usadas para matar Jair, uma pistola 9mm, foi apreendida na operação. 70 pedras de crack, 30 pinos de cocaína, 5 porções de maconha, munições para calibre 9mm, sete celulares, embalagem para cocaína e três rádio comunicadores foram apreendidos na operação.

Os cinco suspeitos tinham mandados de prisão em aberto pelos homicídios. Além disso, Jean foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Todos foram encaminhados à Cadeia Pública, em Mata Escura.

PM mortoO tenente Almirangelo Costa Santana, 51, lotado na 17ª CIPM (Uruguai), foi morto durante um assalto na rua Francisco Rosa, próximo à Faculdade Ruy Barbosa, em agosto de 2014. Ele estava acompanhado do cunhado, Luiz Carlos Lyra Junior, 34, dentro de uma SUV Toyota branca, quando foi surpreendido pelos assaltantes, que desceram de um Corsa prata e pediram o relógio dele.

Ao perceberem que se tratava de um PM, por conta da arma - que também foi roubada -, um dos suspeitos disparou quatro vezes. Três tiros atingiram a cabeça e um acertou a mão direita do policial, que chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas já deu entrada na unidade sem os sinais vitais.

O corpo do policial foi sepultado no cemitério Campo Santo, na Federação. Policias militares de diversas companhias, entre elas as Rondas Especiais (Rondesp) e o Grupo de Ações Rápidas e Repressivas do Águia (Garra), ajudaram a carregar o caixão de Almirangelo, que foi sepultado sob forte comoção de familiares, amigos e colegas de profissão. Membros da Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM) também estavam presentes. A esposa e os cinco filhos não quiseram dar entrevistas. Um dos filhos havia acabado de ingressar na Polícia Militar.Um primo, que pediu para ter o nome omitido na reportagem, se limitou a pedir justiça. “Até quando policiais vão morrer desse jeito? Os direitos humanos são só para os bandidos, e para os policiais, nada. Isso é um absurdo”, disse, exaltado.