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Maysa Polcri
Publicado em 25 de dezembro de 2025 às 14:21
Um projeto de lei apresentado na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) quer criar vagões preferenciais para mulheres nos sistemas ferroviário e metroviário do estado. A medida inclui o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que está em implantação na região do Subúrbio Ferroviário, em Salvador. O projeto determina a reserva de espaços específicos para mulheres para combater o assédio e aumentar a segurança no transporte público. >
O projeto também estabelece que as empresas responsáveis pelo metrô, trens e pelo VLT deverão reforçar a segurança, com a contratação de profissionais para fiscalizar o embarque e desembarque. Há previsão de prioridade para agentes de segurança do sexo feminino nos vagões e áreas preferenciais. >
PL prevê criação de vagões exclusivos para mulheres no VLT
Além disso, se o projeto 26.130/2025 for aprovado, as concessionárias serão obrigadas a instalar cartazes informativos nas estações e nos vagões, sinalização no chão indicando as áreas preferenciais e materiais educativos alertando sobre crimes como assédio sexual e importunação sexual. A proposta é de autoria da deputada estadual Olívia Santana (PC do B). >
A parlamentar justifica que a proposta busca garantir o direito de ir e vir das mulheres com mais dignidade e segurança. O texto cita pesquisas que apontam altos índices de assédio em ônibus, trens e metrôs e destaca que o VLT, por ampliar a circulação de passageiros no Subúrbio Ferroviário e na Cidade Baixa, já deve iniciar a operação com esse tipo de medida preventiva. >
O texto deverá passar pelas comissões da Casa e, depois, ser apreciado em plenário. Caso o projeto seja aprovado, as empresas terão até 90 dias após a publicação da lei para se adequar às novas regras. >
A iniciativa de ter vagões exclusivos para mulheres não é novidade na capital baiana. Em abril deste ano, foi sancionada a lei 9.835/2025, que garante que apenas mulheres podem utilizar locais específicos do metrô nos horários de maior movimento, das 6h às 9h e das 17h às 20h, de segunda à sexta.>
Apesar de sancionada, a lei não é cumprida na prática. Poucos dias após a oficialização da lei, uma liminar concedida pelo desembargador José Cícero Landin Neto suspendeu os efeitos da lei após ação movida pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANP-Trilhos). A gestão municipal entrou com recurso contra a decisão e o processo ainda tramita, sem que os vagões sejam criados. >
Medidas como essas já são realidades em outras cidades brasileiras. Caso do Rio de Janeiro, onde o VLT possui vagão feminino nos dias úteis, das 6h às 10h e das 17h às 20h.
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