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Carmen Vasconcelos
Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 15:11
- Atualizado há 2 anos
No início do ano letivo, as escolas municipais de São Paulo passaram a adotar um cardápio sustentável com receitas vegetarianas. A iniciativa foi possível graças a uma parceria com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) e conta com a ajuda da chefe de cozinha Bela Gil, que colaborou na seleção das comidas. O projeto contempla seis receitas: lentilhas, preparo básico de proteína de soja, e quatro tipos de bolinhos (feijão preto, grão de bico, ervilha partida e de proteína de soja).>
Em Salvador, embora não haja um projeto previsto de alimentação vegetariana, a presença de hortas e pomares comunitários está ajudando a melhorar a dieta dos estudantes. Desde setembro de 2017, por exemplo, a escola municipal Fernando Presídio, em Paripe, deu início ao cultivo de uma horta e um pomar. De acordo com a diretora Cássia Góes, a proposta era melhorar a qualidade da merenda, que passava a contar com acerola, goiaba e pitanga, além de ervas aromáticas que enriquecem de sabor os cardápios. A presença de hortas e pomares nas escolas vem se mostrando uma iniciativa eficaz para ajudar a melhorar a qualidade da alimentação dos estudantes (Fotos:Shutterstock Divulgação) “No entanto, percebemos que além de melhorar a alimentação, a proposta também contribuiu para melhorar o trabalho em matemática, que ganhou um laboratório saboroso para desenvolver os conceitos de massa, peso, medida e temperatura”, afirma a diretora, ressaltando que as ações também ajudaram a trabalhar o protagonismo juvenil dos alunos da instituição. >
O secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência(SECIS), André Fraga, destaca que essas hortas e pomares estão presentes em 11 escolas municipais, mas se depender do poder público, a proposta é a de ampliá-las. “A SECIS disponibiliza as orientações técnicas e os insumos para dar início ao processo, mas é fundamental que as comunidades assumam a responsabilidade de manter a horta e o pomar”, diz.>
Exemplos paulistas>
Com uma postura similar, o ex-Secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, recentemente demitido ppelo prefeito paulistabno Bruno Covas, defende que esse tipo de política pública permite uma alimentação escolar de mais qualidade, variedade e sustentabilidade ambiental, além de ajudar na educação. “Esse projeto possibilita uma série de aprendizagens aos bebês, crianças, jovens e adultos matriculados”, afirma Schneider.>
As escolas públicas paulistas preparam mais de dois milhões de refeições diárias para atender às necessidades nutricionais dos alunos. Uma experiência assim vem sendo conduzida desde o início do ano passado nas escolas municipais de Ilhabela (litoral norte do estado de São Paulo, microrregião de São Sebastião).>
Através da compostagem de sobras de alimentos dos refeitórios escolares, podas de jardinagem, folhas secas, grama e serragem, os colégios envolvidos desenvolvem atividades interdisciplinares, em aulas de matemática, química, física, biologia, história, filosofia e artes. A compostagem é o ponto de partida para discussões sobre a problemática dos resíduos na ilha, e reflexões sobre alternativas de desenvolvimento, agricultura urbana, agricultura orgânica, produção de plásticos e alimentação saudável.>
A compostagem incentivou o cultivo de hortas, que algumas escolas já tinham. Nas menores, foram criadas hortas em caixotes. No período de 11 meses, foram geradas 58 toneladas de composto - em geral, o composto representa 40% do total do resíduo orgânico colocado para compostar.>
“É uma aposta razoável porque houve participação ativa dos pais no projeto, em mutirões de plantio e compostagem e durante eventos de meio ambiente promovidos pela prefeitura e secretarias”, finaliza Claudio Spínola, criador da Morada da Floresta, empresa especializada em soluções ambientais com foco especial em compostagem que atuou em Ilhabela.>
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