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Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 05:53
- Atualizado há um ano
O Bahia passou pela reta final do Campeonato Brasileiro com uma campanha empolgante, de triunfos em sequência e disputa por vaga na Libertadores até a derradeira rodada. A última impressão, de tão positiva, destoa do que foi o 2017 tricolor. Um ano de picos, como no tricampeonato da Copa do Nordeste e na própria reta final da Série A, porém médio para bom de forma geral, com uma campanha que acompanhou a zona de rebaixamento a pouca distância na maior parte do tempo, eliminação na segunda fase da Copa do Brasil e título baiano nas mãos do rival Vitória de maneira invicta.
Poderia ser melhor? Sim. Mas, no saldo, o desempenho está de acordo com o que se cobrava do Bahia. Diante da realidade do clube, o título baiano foi o único objetivo tangível não alcançado.
Bola pra frente. Em 2018, os desafios serão maiores. A começar pelo calendário. Se todo ano tem jogador e dirigente reclamando do excesso de jogos, na próxima temporada as queixas terão ainda mais razão de ser. Por dois motivos: o Bahia disputará cinco competições e a Copa do Mundo diminuirá o ano “útil” em um mês.
O tricolor sentirá na pele o que o Sport passou neste ano, jogando estadual, Copa do Nordeste, Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana – no caso do rival regional, como o Sport foi avançando nos torneios, o acúmulo de jogos adiou a final do Pernambucano para junho. Tudo isso após uma pré-temporada de apenas 15 dias.
E com um detalhe: como a maioria dos clubes não tem dinheiro para agilizar as contratações, elas serão feitas já em janeiro, com os treinos e campeonatos em andamento, e não agora em dezembro, durante as férias dos atletas, como seria melhor. Resultado: entra ano e sai ano, a forma física e tática das equipes torna-se um problema com o qual os treinadores têm que conviver até março ou abril e depois voltam a enfrentar no fim da temporada, por causa do desgaste e das lesões. Nesse contexto, muitos técnicos perdem o emprego e chegam ao segundo semestre em um time diferente do que estava no primeiro, reiniciando o processo de formação das equipes.
Tudo isso é ônus, porém o Bahia precisa estar feliz por pagar. Passar por esse aperto é sinal de que o clube está alcançando seu objetivo de voltar a se firmar nacionalmente, de marcar presença entre os grandes, de disputar os melhores torneios. É para isso que um time de futebol existe. É com isso que o Bahia precisa se acostumar. É para isso que se exige da diretoria uma boa gestão fora do campo: para que o time esteja cada vez mais forte dentro dele.
Durante alguns anos, nos acostumamos a ouvir que Bahia e Vitória não têm condições de jogar a Copa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro simultaneamente, pois não têm elenco. Na dividida, sempre sobra para o torneio continental, relegado muitas vezes a jogadores reservas em campo. O pensamento não pode mais ser este. Se o 12º colocado do Brasileirão (este ano até o 15º) garante vaga na Sul-Americana, disputá-la anualmente é uma meta perfeitamente alcançável para os times baianos e tem que ser tratada como tal. A “Sula” é um caminho de crescimento, prestígio e aumento de receita. É mais viável atrair bons jogadores e formar um elenco competitivo com ela no calendário do que sem ela. E é melhor querer ser grande do que viver fazendo piadinha sobre elevador.