A bela e nada perigosa Juliana Paes lança Dona Flor em Salvador

Atriz falou de Bibi Perigosa e negou que novela glamourizou o crime

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr/CORREIO

Os funcionários do Hotel São Salvador, no Stiep, ontem à tarde, não escondiam a excitação pelo fato da atriz fluminense Juliana Paes, 38 anos, estar hospedada no estabelecimento em sua vinda a Salvador para lançar a nova versão do filme Dona Flor e seus Dois Maridos, que estreia dia 2 nos cinemas.

“Bibi está aí. Você viu?”, comentou um garçom no andar no qual a atriz, o diretor Pedro Vasconcelos e os atores Marcelo Faria (Vadinho) e Leandro Hassum (Teodoro) receberam jornalistas para uma entrevista coletiva (e outras conversas individuais). “Vi, sim. É tão bonita quanto na TV”, respondeu o outro garçom. Juliana Paes veio a Salvador promover o filme Dona Flor e seus Dois Maridos, que estreia dia 2 de novembro (Foto: Betto Jr./Correio) Bem, não apenas os funcionários do hotel, mas as torcidas do Flamengo, Corinthians, Bahia, Vitória e demais times do Campeonato Brasileiro também sentiriam um frisson, no momento, diante da presença próxima da atriz cuja personagem magnetizou milhões de telespectadores da trama global A Força do Querer até a última sexta-feira. Não é mesmo?

“Bibi Perigosa foi um marco para mim. Nunca tinha feito uma personagem na TV que mobilizasse tanta gente, de todas as idades, desde crianças até pessoas velhas. Com um certo tempo de carreira, as pessoas já distinguem você do personagem, mas com ela eu perdi um pouco a identidade. As pessoas passaram a me chamar de Bibi Perigosa. Não pensei que as pessoas gostariam tanto assim de uma personagem tão complexa”, declarou Juliana em entrevista exclusiva ao Correio.

Maior sucesso do horário das 21h da Rede Globo desde Avenida Brasil (2012), com o capítulo final atingindo 50 pontos de audiência em São Paulo e 49 no Rio, a envolvente novela de Glória Perez também despertou polêmica e foi acusada por alguns de glamourizar os traficantes, em cujo núcleo Bibi Perigosa e o marido Rubinho (Emílio Dantas) se envolveram.

“Discordo de quem achou que A Força do Querer glamourizou o crime. Ficção é ficção, realidade é a realidade. A função de uma novela não é fazer o trabalho que deve ser feito pela educação. Novela tem que contar uma boa história dramatúrgica e entreter, não devemos subestimar a inteligência do público. A Bibi Perigosa não era uma personagem maniqueísta, era cheia de camadas e, nesse sentido, mais próxima de um ser humano real. E não só ela era cheia de camadas, como outros personagens da história, também”, afirma.

Se a impetuosa Bibi Perigosa tornou-se um marco na carreira de Juliana Paes, seu personagem anterior foi justamente Dona Flor, a famosa criação do baiano imortal Jorge Amado (1912-2001), que ela filmou durante 15 dias em agosto de 2016, em Salvador, e agora prepara-se para chegar à telona. Juliana (Flor) entre Teodoro (Leandro Hassum) e Vadinho (Marcelo Faria) no cartaz do filme (Divulgação) “Me sentia meio vampiro (risos). Porque, para termos o Pelourinho vazio e a luz do amanhecer, dormíamos de dia e filmávamos entre 22h e 8h”, conta a atriz sobre Dona Flor e seus Dois Maridos, cuja primeira e clássica versão cinematográfica, de 1976, dirigida por Bruno Barreto, teve Sonia Braga como protagonista. Aliás, em 2012, Juliana interpretou outro personagem de Jorge Amado que Sonia também viveu na TV (e no cinema): Gabriela.

“Sonia é uma referência na minha vida como atriz e como mulher. Nunca a perco de vista. Fiz Dona Flor, como também Gabriela, com humildade e cerimônia, como uma homenagem”, diz a bela.