Um jogo, muitas decisões

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  • Elton Serra

Publicado em 29 de outubro de 2017 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O Vitória respirou por algumas rodadas fora da zona de rebaixamento, mas voltou ao Z4 após perder o Ba-Vi. Toda a tensão, diminuída outrora pela sequência de bons resultados, sobretudo fora de casa, voltou à tona na última semana. O rubro-negro volta a conviver com a pressão de vencer no Barradão para respirar novamente na Série A. Contra o Bahia, o Vitória não conseguiu fazer o jogo que gosta: velocidade pelos lados, aproveitando os espaços no último terço do campo, dados normalmente pelos mandantes. O tricolor deu a bola ao Leão, que se sentiu desconfortável com ela – exatamente como a maioria dos visitantes faz quando joga no santuário rubro-negro. David é um ótimo jogador e tem potencial para brilhar em grandes centros da Europa, assim como um dia fez Alex Alves, por exemplo. Mas, às vezes, descansa dentro do jogo. Falta, em momentos de poucos espaços, praticar o jogo coletivo, associativo, apoiado, como queiram. Procurar tabelas para abrir clarões nas defesas adversárias. Buscar alternativas inteligentes para decidir um confronto. O Vitória precisará adaptar-se aos menores espaços concedidos pelos rivais. Além da raça, buscar mais a técnica. Para que isso aconteça, também é preciso recuperar a tranquilidade. Complicado, principalmente, após a sequência de resultados ruins em casa, que ajudaram a levar o rubro-negro de volta à zona de rebaixamento depois de cinco rodadas. O jogo contra o Atlético-GO, no Barradão, é crucial para as pretensões do Vitória na temporada. Mudar esquema tático ou trocar de peças não é a grande solução, nem jogar sal grosso ou água benta no estádio. O problema do Vitória é o próprio Vitória. Se fosse uma equipe mentalmente forte, não sofreria tanto quando joga em casa. O exemplo de David é para ilustrar a falta de tranquilidade dos jogadores para tomar grandes decisões.A dispensa de Rodrigão Por falar em decisões, o Bahia age acertadamente ao devolver o atacante Rodrigão para o Santos. O vídeo do jogador consumindo bebida alcoólica na véspera de um clássico, num período em que sua recuperação de lesão precisava ter um pouco de cuidado, respinga na imagem institucional do clube. Quando o tricolor anuncia a dispensa do atleta, reforça seus valores e protege a instituição, dando um recado direto para o mercado: não tolera indisciplina, seja ela qual for. Por outro lado, o Bahia não deu sorte com centroavantes em 2017. Hernane, artilheiro do time na última temporada, sofreu uma grave lesão e não conseguiu recuperar a titularidade. Gustavo, o “Gustagol”, foi contratado junto ao Corinthians, mostrou muito pouco e foi reemprestado ao Goiás. Os melhores momentos do ataque do Bahia têm sido com Edigar Junio, jogador com atributos diferentes dos jogadores de área. Carpegiani, com a dispensa de Rodrigão, fica sem alternativas para mudar as características do setor. Contra o Fluminense, além de Rodrigão, o técnico do Bahia não contará com Mendoza, suspenso. Sem um atacante com a velocidade do colombiano, principalmente para encarar uma equipe que deve propor o jogo em seus domínios, Carpegiani será forçado a mudar a estratégia. Régis seria a solução natural – foi com Zé Rafael, Allione e Edigar Junio que ele viveu seus melhores momentos no tricolor. Porém, Carpê parece não estar convicto disso. A limitação do elenco criou um trevo na cabeça do professor.*Elton Serra é jornalista e escreve aos sábados