Um passo à frente na história do Bahia

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Publicado em 28 de setembro de 2017 às 06:17

- Atualizado há um ano

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A aquisição da Cidade Tricolor, centro de treinamento em Camaçari, é um grande passo evolutivo na história do Bahia. Não só por se tratar de estrutura melhor que o Fazendão, mas também porque dá ao clube novamente um patrimônio, algo que o Bahia não tinha desde 2013, quando a permuta com o Fazendão se enrolou a ponto de o tricolor ficar sem um nem outro CT.

A resolução dessa questão - que passou pelos presidentes Marcelo Guimarães Filho, pai da ideia e do problema, e Fernando Schmidt, que começou a desatar os nós - é o maior ato da gestão de Marcelo Sant’Ana. E aqui não se trata de uma crítica ao futebol, embora seu mandato faça jus a isso, mas de um elogio. Sant’Ana vai passar, assim como todos os dirigentes passaram ou passarão, porém o patrimônio ficará a serviço do Bahia.

Há de se falar da distância considerável até Camaçari, o que será um contratempo. Como certamente foi, em menor proporção, a mudança da Fazendinha - onde hoje fica o mercado GBarbosa, no Costa Azul – para o Fazendão, na longínqua Itinga de 1979. Em números, o incômodo é dobrado: a distância da antiga Fazendinha para o Fazendão é de 20 km e do Fazendão para a Cidade Tricolor é de 41 km. No entanto, vale o contexto: para se ter ideia, a Avenida Paralela foi construída em 1974 e o Iguatemi (hoje Shopping da Bahia) no ano seguinte. Era a década da construção das avenidas de vale, que faziam a cidade caminhar para além do Centro. Naquela época, ir para as proximidades do aeroporto, onde fica o Fazendão, era algo que cansava só de imaginar. O mesmo acontece hoje, com a Cidade Tricolor. 

Ainda assim, os prós são maiores que os contras. Em área total, a Cidade Tricolor é 2,5 vezes maior que o Fazendão, com mais estrutura inicial e espaço disponível para futuras benfeitorias. Além disso, a urbanização e o mercado imobiliário fizeram um shopping center e condomínios de habitação popular ou classe média se instalarem na região de Itinga e Jardim de Margaridas – atrelado ao crescimento de Lauro de Freitas, outrora cidade para veraneio ou dormitório. Em resumo, o dinheiro que o Bahia pode receber em caso de venda do Fazendão é uma possibilidade a ser considerada.

O Bahia foi muito criticado nas últimas décadas por ser mal gerido e pela influência que tal desorganização administrativa causava no futebol. A posse da Cidade Tricolor é um significativo passo à frente na história do clube, seja qual for o destino dado aos dois terrenos. Verdade também que o crescimento patrimonial não exime a diretoria das responsabilidades com o futebol, razão de ser do Bahia desde 1931.

A crítica à montagem do time continua, porém sem desqualificar a evolução patrimonial, já que são eventos quase paralelos. “Quase” porque nada é de graça. Para comprar o centro de treinamento, o Bahia teve que direcionar para o patrimônio parte do orçamento que poderia servir ao futebol. Um investimento, no entanto, que valerá a pena.

Brasileirão O Brasileirão 2017 tem uma característica exótica: apenas cinco pontos separam o 9º colocado (Vasco, 32 pontos) do 19º (Coritiba, 27). Não há zona intermediária. Existem apenas os seis times atrás do líder Corinthians, que brigam por vaga na Libertadores, outros 12 brigando de foice para não cair e o Atlético Paranaense, em 8º, a seis pontos da zona de rebaixamento.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.