Veja quais são os dez remédios mais vendidos no Brasil

Relaxante muscular Dorflex, que rende R$470,7 milhões ao ano às farmácias, é o primeiro da lista

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 6 de agosto de 2018 às 09:22

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Quatro dos dez medicamentos mais vendidos do país são usados para reduzir dores. Segundo levantamento mais recente da Associação da Instúrtria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o remédio mais consumido no Brasil é o relaxante muscular Dorflex, que rende R$470,7 milhões ao ano às farmácias. O levantamento também preocupa porque mostra que somos uma geração de hipertensos e diabéticos. Veja lista abaixo.

O segundo remédio mais vendido no país é o anticoagulante Xarelto (R$ 286,8 milhões), seguido pelo medicamento de redução  de pressão arterial Selozok (R$ 230,3 milhões). O oitavo medicamento que mais rende dinheiro para a indústria farmacêutica é a Addera D3 (suplemento de vitamina D), que vende R$ 195 milhões ao ano. Isso mostra ainda que somos uma população deficiente da vitamina - um dos efeitos do mundo contemporâneo.

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“Tem muito a ver com a sociedade que a gente vive. Somos forçados a viver experiências a todo momento e, quando chega o cansaço, o que propõem é tomar remédios para aguentar e não diminuir o ritmo da vida e repensar a estrutura”, explica a doutora em psicologia e membro do Fórum Nacional sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, Lygia Viégas.  Lygia afirma que o aumento de vendas de remédios tem a ver com as cobranças do mundo contemporâneo (Foto: Reprodução) Segundo ela, aprendemos, desde cedo, a evitar dores e  buscar refúgios - entre eles medicamentos. “Tem o fato de que as pessoas estão envelhecendo, mas não explica a totalidade. Estamos em crise e a quantidade de farmácias em Salvador dobrou. Isso só reforça que, na ditadura da felicidade, os medicamentos são empurrados como primeira solução”, ressalta. Prova disso é que quatro dos dez medicamentos mais vendidos do país são usados para reduzir dores.

“Os remédios têm sido tratados como bens de consumo e seu uso inadequado ou indiscriminado pode causar problemas. Até os isentos de prescrição podem trazer sérias consequências quando utilizados de maneira inapropriada, sem o acompanhamento de um profissional de saúde”, afirma o doutor em toxicologia Leonardo Régis, que é professor da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista à Agência Estado. Leonardo Régis: ‘Remédios não são bens de consumo’ (Foto: Divulgação) Os dez medicamentos mais vendidos no Brasil

(por faturamento, segundo vendas, no canal varejo)

1) Dorflex (relaxante muscular) - R$ 470,7 milhões 2) Xarelto (anticoagulante) - R$ 286,8 milhões 3) Selozok (redução da pressão arterial) - R$ 230,3 milhões 4) Neosaldina (analgésico) - R$ 222,4 milhões 5) Torsilax (relaxante muscular) - R$ 215,3 milhões 6) Aradois (anti-hipertensivo) - R$ 212,2 milhões 7) Glifage XR (antidiabético) - R$ 201,8 milhões 8) Addera D3 (suplemento de vitamina D) - R$ 195 milhões 9) Anthelios (protetor solar) - R$ 187,7 milhões 10) Buscopan composto (reduz sintomas de cólicas menstruais) - R$ 181,7 milhões

Fonte: Associação da Instúrtria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma)