Pai Pêu do Baralho vê Vitória 1x1 com Vila Nova; mais um empate!
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Paulo Leandro
pauloleandro.jor@hotmail.com
Decifrar o enigma do Campeão de Empates das duas séries, A e B, com nove resultados iguais (junto com o Cruzeiro), levaria a uma errada mediana, pois o cálculo difere do equivalente à metade entre a vitória e a derrota: um ponto não é o meio entre três e zero.
Apostei, nesta mesma coluna, na edição de 26 de maio, o mínimo de 26 pontos para o Vitória, como projeção pessimista. No entanto, chegamos à última rodada da ida com escassos 15; chegaremos apenas a 18, isso em caso de vencermos o Vila Nova hoje.
O Vitória não brinque não, porque para virar Santa Cruz e Paraná Club é daqui pra ali, ou até pior, o América do Rio e a Portuguesa de Desportos, fora tantos exemplos locais nossos que estão aí para dar a ideia de nenhum clube estar livre da decadência por abandono da gestão.
AntiVi não faltam, sem perceberem a perda de movimentação econômica, cultural, social representada pela extinção do Leão, permitindo-se ao monoclubismo tricolor a ilusão de bastar-se a si mesmo.
Vale o passeio ao Campo Grande, pois perdemos pontos em erros do nosso excelente goleiro em duas jornadas infelizes, aquele gol do Botafogo e outro, de falta, no final de uma partida, dava para defender, não lembro o jogo agora.
Também não vejo a nossa zaga zangar com a arbitragem, não sei se está proibido dar umas ideias. Aviso ao capitão termos sido clamorosamente garfados num gol do Londrina em impedimento e outro aí, cuja memória me oculta, mas podemos abrir B.O. na Furtos e Roubos.
E o festival de bolas na trave? Vamos fazer uma sessão para chamar Manoel Grosso e Gaguinho, nossos voduns precisam afastar este mau-olhado e fechar o Barradão com arruda, aroeira, alfazema, uma cachacinha pra Esú Zé Pilintra pode melhorar...
Diante desta emergencial situação do Vitória empata-jogo, foi o jeito pedir a Pai Pêu do Saboeiro para reabrir a tendinha, fechada desde o começo da pandemia, em março do ano passado.
A concessão seguiu os protocolos sanitários, atuando distanciado fisicamente o babalaô do baralho, ao seguir os preceitos de quatro artes divinatórias, a sabedoria do Antigo Egito, do panteão africano, das ciganas e dos ciganos, e até dos Mestres de Marseille.
“No egípcio, saiu o Diabo. Fatalidade, algum erro grave, de um lado ou para o outro. Para tentar vencê-la, no caso da fatalidade negativa, é preciso cadenciar esta fase da apresentação das propostas de jogo, rodando a bola. Pede atenção maior para os jogadores de defesa.
A carta da foice no cigano indica transformação brusca mediante cessão de algum trunfo, taticamente pode ser como fazem alguns times, atrair o adversário para o seu campo e tentar sair pelas bordas em ataques rápidos na diagonal.
Os mestres de Marseille enviaram os amantes, carta típica de um empatezinho... outra vez, não!
Bem, se isto aqui está funcionando, a tendência é os times chegaram iguais no marcador na meia hora final de partida, deixando para o panteão africano decidir em seguida.
Eita, vieram os Ibeji. Agora, não tem jeito. O Vitória empata de novo. Vai ser 1x1. Os gêmeos reforçaram os amantes e não vai ser hoje. O Vitória vai ter de se conformar de começar o returno na zona, mas pode ser até bom acontecer agora a tempo de recuperar. Mais adiante seria pior...”
Paulo Leandro é jornalista e professor doutor em Cultura e Sociedade.