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Musicalidade dos bairros de Salvador é destaque em novo museu


 

Cidade da Música da Bahia está aberto para visitação

  • Da Redação

Publicado em 27/09/2021 às 06:00:00
Atualizado em 21/05/2023 às 14:03:58
. Crédito: Foto: Igor Santos/SECOM

Soteropolitanos e turistas já podem mergulhar no passado, presente e futuro da produção sonora da primeira capital do Brasil. Com 1.914,76 m² de área construída e quatro pavimentos, o Cidade da Música da Bahia, novo museu instalado no emblemático Casarão de Azulejos Azuis, no bairro do Comércio, foi inaugurado na última quinta-feira (23) e está com agendamento aberto para visitação de terça-feira a domingo, com horários disponíveis de 10h às 18h através do bit.ly/borapracidadedamusica. Todo o acervo do museu é 100% audiovisual.

Entre atrações como loja, biblioteca, midiateca, café e exposições permanentes, o visitante do equipamento cultural inédito no país conta com a mostra A Cidade de Salvador e Sua Música, que fica no primeiro andar e retrata a musicalidade de 33 regiões da capital baiana, além de trazer histórias, depoimentos e novas tendências. Com curadorias de Antonio Risério e Gringo Cardia, os vídeos apresentados podem ser assistidos em uma sala com telas de projeção, que passa os filmes em looping, ou estações espalhadas pelo salão, onde o visitante pode escolher o conteúdo sobre um bairro específico.

“Nesta exposição mostramos que todo lugar de Salvador está se fazendo algum tipo de música, o tempo inteiro e músicas diferentes. É impactante como a produção musical que Salvador tem é imensa. Aqui você consegue retratar bem as regiões da cidade, você identifica a história de cada bairro”, ressalta Gringo Cardia, artista e arquiteto, referência mundial em cenografia e, também, o curador da Casa do Carnaval, na Praça da Sé.

Museu vivo O protagonismo dos soteropolitanos na exposição é um destaque. Os depoimentos são de pessoas que vivem nos bairros de Salvador e contam, com propriedade, as histórias das diversas músicas feitas em cada região da capital baiana.“Este é um museu diferente. A história da música é contada pelas pessoas. É um museu vivo. É uma linguagem que já venho desenvolvendo há algum tempo de colocar as pessoas no protagonismo para contar a história da sua cidade, da sua música, da sua cultura”, conta Gringo Cardia.Visitação A visitação pode ser feita por meio do próprio smartphone do visitante, a partir do sistema do Cidade da Música da Bahia, acessado através de QR Code e mediante preenchimento do cadastro. O espaço oferece serviço de wi-fi gratuito e não é preciso baixar nenhum aplicativo. A entrada custa R$ 20 a inteira, com estudantes, idosos (60 anos ou mais) e residentes em Salvador podendo pagar meia entrada mediante comprovação. Gratuidade para crianças até 6 anos e pessoas com deficiência.“Sem sombra de dúvidas é um ambiente agradável e que retrata a cultura, a mistura da Bahia e como ela é importante para o surgimento dos eventos culturais, dos novos ritmos. Você consegue ter um estado só diverso, com ritmos riquíssimos e tudo isso é tratado no museu. Só vindo para entender o que é o Cidade da Música”, destaca Fábio Mota, secretário de Cultura e Turismo de Salvador.Além da mostra A Cidade de Salvador e Sua Música, há também mais duas exposições: A Magia da Orquestra, que exibe conteúdo voltado para a música clássica; A Nova Música da Cidade, com conteúdo de grupos novos, cantores em ascensão e grupos periféricos de música; e Quem Faz a Música da Bahia, que mostra 260 depoimentos das pessoas mais importantes e representativas da música baiana. O museu Cidade da Música é equipamento cultural inédito no país (Betto Jr/SECOM) Há ainda três salas de karaokê com gravação de clipes; uma sala que mostra vídeos de vários rappers; trappers e poetas de todo o Brasil com espaço para o visitante recitar seu rap ou poesia; jogos da memória sobre a música baiana; perguntas e respostas baseadas na exposição e instalações interativas que simulam mesa de som; além de exibições de documentários e espaço especial de demonstração de um set de percussão, que também foi desenhado para ser um estúdio de gravação. Tudo isso no último pavimento, idealizado para oferecer entretenimento interativo.

Azulejos Azuis As intervenções físicas e os equipamentos instalados no emblemático Casarão dos Azulejos Azuis, tombado em 1969, tiveram investimento total de R$ 19,2 milhões (sendo R$11 milhões fruto de financiamento do provenientes de financiamento junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), através do Programa de Requalificação Urbanística de Salvador (Proquali). Os azulejos portugueses nas cores azul e branco que compõem a fachada do edifício passaram por um trabalho minucioso de restauração. O imóvel tem mais de 21 mil peças de revestimento, espalhadas entre as ruas Portugal e Bélgica.

Durante o processo de retirada dos azulejos - que medem 13,5 x 13,5 cada, e foram produzidos entre 1850 e 1860 -, foi empregada a técnica de faceamento, quando é colado papel seda na face vidrada (onde fica a “estampa” das pedras), a fim de evitar danos ao desenho. Apesar de todos os cuidados dos técnicos na hora da remoção das pedras, nem todos os quadradinhos puderam ser reaproveitados devido à argamassa usada em diferentes períodos do passado. Os azulejos portugueses que compõem a fachada do edifício passaram por um trabalho minucioso de restauração (Betto Jr/SECOM) Quando aproveitados, os azulejos retirados da fachada do casarão foram submetidos a diferentes etapas, passando por limpeza e mergulho em três tanques de água dessalinizada, antes de serem secados em uma espécie de estufa. O processo ainda envolveu lixamento, pintura à mão e aplicação de verniz. Todos os trabalhos aconteceram em um ateliê montado dentro da própria estrutura do casarão.

As peças com falta de pedaços também foram restauradas, mas houve também produção de outras para substituir as que não puderam ser aproveitadas. As novas unidades foram similares às originais e estiveram de acordo com as diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Serviço: CIDADE DA MÚSICA DA BAHIA Aberto ao público a partir de 24 de setembro Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 18h Visitas por agendamento através do site: bit.ly/borapracidadedamusica Agendamento: até 80 pessoas por hora marcada Ingresso: R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia-entrada) - Meia entrada para idosos (60 anos ou mais); estudantes mediante carteira; residentes de Salvador. Gratuidade para crianças até 6 anos e pessoas com deficiência

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