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'Tem alto contágio', diz infectologista sobre nova variante da covid-19 detectada na Bahia


 

Amostras das sublinhagens JN.1 e JN.1.1 da Ômicron foram encontradas em Salvador e mais 16 cidades baianas

  • Wendel de Novais

Publicado em 07/02/2024 às 05:30:00
Nova variante foi detectada pelo Lacen. Crédito: Leonardo Rattes / Saúde GovBA

As sublinhagens da variante Ômicron da covid-19, encontradas em Salvador e mais 16 cidades baianas pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), têm um alto poder de contágio, mas não costumam provocar sintomas graves nas pessoas infectadas pelos vírus. De acordo com o infectologista Matheus Todt, é justamente pela maior capacidade de infecção da variante que ela tem sido mais comum no Brasil e no exterior. No entanto, o médico destaca que, no organismo, as novas sublinhagens têm um comportamento parecido com as antigas.

“É uma variante que tem um comportamento muito semelhante às últimas. Ela tem alto contágio, mas não costuma causar formas graves da doença. Geralmente, são sintomas gripais e normais como tosse, dor de garganta e febre baixa. Agora, para quem não está imunizado com as vacinas e os reforços, ela tem o potencial de causar algo grave”, alerta o médico, orientado o público que ainda não tem o quadro vacinal completo a ir ao posto de saúde mais próximo.

Em Salvador, onde as sublinhagens foram identificadas e se aproxima o Carnaval, o público-alvo da vacinação com a bivalente, que inclui os grupos prioritários como idosos, gestantes, puérperas, imunossupressos e outros, é formado por 815.489 pessoas, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No entanto, ainda segundo a pasta, apenas 279.017 doses foram aplicadas, o que deixa a capital com 34,21% de cobertura vacinal na dose de reforço para estes grupos.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou a cobertura geral da bivalente para pessoas de 12 ou mais, que está em 15%. Para esse público, no entanto, o último dia de vacinação disponível foi a terça-feira (6), devido a uma recomendação do Ministério da Saúde (MS). Para os grupos prioritários, a bivalente segue disponível nas unidades de saúde. Sobre o número de amostras colhidas no Lacen, a Sesab explica, na semana de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, foram liberados 416 resultados de exames de covid-19, mesmo que, com o advento do teste rápido, a maioria dos exames seja feita na unidade de saúde onde o paciente é atendido.

Médica infectologista, Clarissa Ramos diz que toda variante requer cuidados, mas afirma que a chegada de sublinhagens não surpreende. “Desde que começou a circulação da covid-19, já que, eventualmente, variantes poderiam aparecer. E o que a gente faz com isso? No carnaval ou no pós-Carnaval, observa o aumento de doenças respiratórias porque pode haver uma maior transmissão da covid-19, já que a gente vai ter mais contato. Só que isso vale para outros vírus como influenza e adenovírus, por exemplo”, cita médica, que incentiva a vacinação.

Todt segue o discurso de Clarissa e faz um alerta para os grupos prioritários, que são pessoas que correm mais risco de desenvolver sintomas graves. “A detecção dessas sublinhagens é mais uma deixa para alertar a população da necessidade de atualizar a vacina, principalmente, aqueles pacientes que estejam em um grupo de risco. E aí cito os pacientes mais velhos, acima de 60 anos, e os pacientes com morbidades graves ou com problema de imunidade”, completa.

A vacinação da covid-19 continua em unidades públicas de saúde de Salvador e da Bahia como um todo.

Veja em quais cidades foram detectadas amostras com as sublinhagens JN.1 e JN.1.1 são:

ADUSTINA

ALAGOINHAS

AMÉLIA RODRIGUES

BARROCAS

CAMAÇARI

CATU

CONCEIÇÃO DA FEIRA

CONCEICAO DO COITÉ

FEIRA DE SANTANA

PARIPIRANGA

PIATÃ

PINTADAS

POJUCA

SALVADOR

SANTA BÁRBARA

SANTO ANTÔNIO DE JESUS

VITÓRIA DA CONQUISTA