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Agência da Caixa é atacada e explodida em Porto Seco Pirajá


 

Bandidos abandonaram dois carros na BR-324 durante a fuga

  • Da Redação

Publicado em 28/10/2020 às 06:53:00
Atualizado em 21/04/2023 às 18:22:06
. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Era tanto vidro quebrado pelo chão e pedaços do teto dependurados balançando, sustentados pelo que sobrou da fiação, que parecia cenário de filme de ação, mas era apenas a agência da Caixa Econômica Federal em Porto Seco Pirajá, bairro de Salvador, após um assalto na madrugada desta quarta-feira (28).

Os criminosos usaram explosivos e deixaram o interior da agência virada aos avessos. Além dos escombros, capsulas de balas também sobraram pelo chão. É o terceiro ataque desse tipo ocorrido em outubro na capital, o segundo na Caixa. 

A agência fica em uma área comercial do bairro, sem casas por perto, e próximo de outras agências, do Banco do Brasil, Bradesco e Itaú. A rua larga e o estacionamento amplo facilitaram a ação dos bandidos que estavam em dois carros. Os explosivos usados pela quadrilha destruíram a fachada de vidro e a porta da unidade. 

Do lado de dentro, o cenário também era de destruição. O teto de compensado desabou e as paredes de vidro que separavam a área de autoatendimento do interior do banco também foram estilhaçadas. 

Depois do crime, por volta das 3h10, os bandidos fugiram em dois carros que foram abandonados na BR-324, no sentido Feira de Santana. Havia a suspeita de que ainda existiam explosivos nos veículos, por isso, o Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar (Bope) foi acionado, e neutralizou um artefato encontrado em um dos carros. Os modelos dos veículos não foram divulgados, mas os dois têm restrição sinalizando que foram roubados.

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Clima Funcionários da unidade chegaram para trabalhar no início da manhã e foram surpreendidos com o cenário. Eles se concentraram ao lado da agência, enquanto aguardavam instruções da gerência. Enquanto isso, polícias federais caminhavam com cuidado entre os escombros para fazer a perícia.

Alguns clientes apareceram para usar a agência, e também ficaram surpresos. Um casal que não quis se identificar lamentou o ocorrido. "Eu moro aqui perto, mas não ouvi nada. Sempre uso essa agência e nunca tivemos problemas", contou o homem. A mulher ficou preocupada. "A agência mais próxima é a de Castelo Branco, mas com o povo todo indo pra lá ela vai ficar lotada", disse.

O eletricista Carlos Eduardo Assis, 36 anos, pretendia resolver pendências com a última empresa em que ele trabalhou. Ele tem direito a um seguro e levou a papelada para apresentar ao gerente da Caixa. Chegou cedo, mas voltou para casa frustrado.

“A gente já está enfrentando filas enormes e, agora, isso. O banco vai levar uma semana ou mais para concertar o estrago, e até lá vamos ficar com uma Caixa a menos na cidade. Vou ter que enfrentar a fila de Castelo Branco, não tem outro jeito”, lamentou.

Ele ficou um pouco mais animado quando outro cliente que observava o trabalho dos peritos disse que tinha passado pela agência de Castelo Branco e que a fila estava pequena. “Mas é melhor o senhor adiantar porque daqui a pouco o movimento aumenta”, aconselhou.

Investigação Segundo a Polícia Militar, a Companhia Independente de Policiamento Tático (Rondesp/ Central) foi até o local na madrugada após tomar conhecimento do crime. A PM constatou o estrago e localizou os dois carros abandonados. Uma viatura da 47ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/ Pau da Lima) acompanhou o trabalho dos peritos durante a manhã.

A investigação será conduzida pela Polícia Federal. Procurada, a instituição informou que o caso corre em sigilo e que não vai comentar.

No dia 8 de outubro, uma agência do Santander foi alvo de um crime similar, no bairro do Cabula. No dia 20, outra agência da Caixa foi atacada, desta vez na Fazenda Grande do Retiro.