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Bienal do Livro de Salvador será organizada pela mesma produtora do evento do Rio


 

Evento deve durar quatro dias e acontecer entre setembro e outubro

  • Thais Borges

Publicado em 11/09/2019 às 05:30:00
Atualizado em 20/04/2023 às 06:22:07
. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

A Bienal do Livro em Salvador vai ser organizada pela própria gestora do Centro de Convenções de Salvador, GL Events, que também é a responsável pelo evento do Rio de Janeiro. Era a GL quem também promovia a antiga Bienal do Livro da Bahia, que teve 11 edições até 2013.

A edição carioca desse ano – que ficou marcada por um episódio de tentativa de censura de livros com temáticas LGBTQ+ por parte do prefeito da cidade, Marcelo Crivella (PRB), na semana passada – chegou a reunir 600 mil participantes e vender mais de quatro milhões de livros. 

De acordo com o prefeito de Salvador, ACM Neto, a vinda da Bienal no ano que vem foi fechada na segunda-feira (9), véspera da assinatura do contrato com a GL Events, que será a gestora do espaço pelos próximos 25 anos. "Aproveitamos uma oportunidade que não poderia ser desperdiçada. Houve toda uma polêmica envolvendo o Rio de Janeiro e a bienal e eu, como gestor, acho que a prefeitura de lá agiu de maneira equivocada”, afirmou Neto, logo após a assinatura do contrato, nesta terça-feira (10). O prefeito explicou que, após identificar a oportunidade, contatou os organizadores. “Vai ser um dos grandes eventos do próximo ano do Centro de Convenções. E vai acontecer do jeito que é o povo baiano, sem nenhum tipo de censura ou restrição à produção literária", completou.

Ainda não há data para a realização evento, que deve acontecer no segundo semestre de 2020, segundo o secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco. A duração, porém, deve ser de quatro dias – em 2013, última edição realizada no estado, a bienal durou dez dias. 

“A gente pode ter exatamente um evento de altíssimo porte para a cidade, que aproxima para a vocação de ser uma cidade e um estado de grandes escritores e de grande produção literária”, disse Tinoco. 

Todo o espaço Em 2013, ao longo dos dez dias de duração da bienal, o público foi de 67 mil pessoas. A meta da empresa e da prefeitura é de superar o número de 2013, chegando a usar todo o espaço disponível. Naquele ano, o evento ficou em um espaço de dois mil m². Só o pavilhão A do centro tem 3,2 mil m². 

As possibilidades no calendário, segundo o CEO da GL Events no Brasil, Damien Timperio, são os meses de setembro e outubro de 2020. De acordo com ele, o objetivo é de trazer 100 mil pessoas nessa primeira edição. “É muito pouco tempo para uma edição, até porque, normalmente, a gente leva dois anos. Mas a gente já está trabalhando com a possibilidade há algumas semanas e, agora, com o apoio da prefeitura, vamos organizar uma primeira edição que não vai ser a maior de todos os tempos, mas vai ser a primeira para que a gente chegue a um patamar nacional”, disse. Além do Rio de Janeiro, a GL Events já foi responsável por bienais do livro em Belo Horizonte e Brasília. Assim como a de Salvador, a de Belo Horizonte, por exemplo, deixou de acontecer em 2016. 

“A bienal não é só um espaço que compra livro mais barato que na livraria. É um espaço cultural e nada melhor do que um destino plural para receber um evento que tem toda chance de ter um impacto nacional”, acrescentou. 

A presidente da Associação das Agências de Viagens na Bahia (Abav-BA), Ângela Carvalho, adiantou que os agentes devem começar a programar a venda de pacotes para a bienal.  

“A bienal é uma grande vitória para a cidade. Estávamos esperando um Centro de Convenções que comporte grandes eventos. Tudo foi apresentado com muita seriedade, planejamento e estamos vendo que o cronograma está sendo cumprido”, completou.