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Fantasiados, seis mil foliões curtem os Palhaços do Rio Vermelho


 

Movimento saiu da Quadra Esportiva na Rua da Paciência até a Rua Fonte do Boi

  • Giuliana Mancini

Publicado em 27/01/2018 às 20:02:24
Atualizado em 18/04/2023 às 00:18:07
. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Tinha palhaço, bailarina, onça, Harry Potter, Mulher-Maravilha, Tartaruga Ninja, Mickey... E de tudo quanto é idade - desde criança com menos de cinco anos a gente de mais de 65. "O desfile dos Palhaços do Rio Vermelho é sempre assim: democrático, envolvente e lúdico", resume Jussara Guedes, 67 anos.

O Movimento Cultural Palhaços do Rio Vermelho nasceu em 1986 na Rua Ilhéus, quando moradores do bairro resolveram sair fantasiados ao estilo circense durante a folia baiana. "A ideia era trazer de volta as fantasias, resgatar os carnavais dos anos 1950 e 1960, ver a cultura e a criatividade. E cada vez mais temos a adesão de crianças, de famílias. Esse é o objetivo", diz o artista plástico Ruy Santana, comandante da trupe. Jussara Guedes, 67 anos, nem lembra da quantidade de anos em que já participou da festa (Foto: Marina Silva/CORREIO) Jussara aprova tanto o projeto que já nem lembra muito bem há quantos anos participa. Mas garante uma coisa: está sempre fantasiada, seguindo os comandos de Ruy. "Só brinco assim, essa é a graça", garante a enfermeira, vestida de rosa da cabeça aos pés. Neste ano, conseguiu convencer a filha, a advogada Juliana Guedes, 33, a colocar uma saia de tutu, um body e uma tiara na cabeça. "Ainda tá discreta", reclama, aos risos. Palhaços faziam a alegria das crianças na festa (Foto: Marina Silva/CORREIO) Os organizadores da festa esperavam receber mais de seis mil pessoas neste sábado (27). Com concentração marcada para às 17h, na Quadra Esportiva na Rua da Paciência, o desfile começou por volta das 19h30, seguindo em direção às Ruas Odilon Gomes e Guedes Cabral até a Rua Fonte do Boi. O Movimento Cultural Palhaços do Rio Vermelho foi criado em 1986 (Foto: Marina Silva/CORREIO) Malu Saad, de 3 anos, já era veterana. A estreia, no ano passado, foi tão encantadora para a pequena que, toda vez que passa pelo Rio Vermelho, fala com os pais: 'olha aquele lugar'. "Ela nasceu em uma sexta-feira de Carnaval, afinal. Aqui é ótimo,  conseguimos trazê-la tranquilamente", lembra o pai, o engenheiro Thales Saad, 37, que estava acompanhado da esposa, a contadora Juliana Marini, 35. Malu no colo do pai, Thales: "Aqui é ótimo, conseguimos trazê-la tranquilamente" (Foto: Marina Silva/CORREIO) Outra fã assumida dos Palhaços é Júlia Maia, 16, que foi pela terceira vez ao desfile. "A melhor forma de curtir o Carnaval é assim: de fantasia", comenta a estudante, vestida de Lilo (aquela da Disney, do desenho e filme com Stitch). Foi ela mesma que maquiou a mãe, a jornalista Rita Maia, 53, ao estilo de uma onça. "Tínhamos que fazer mais folias assim, retomando o estilo das antigas", diz Rita.

Os irmãos Vinícius e Martin Patterson, de 9 e 5 anos, respectivamente, eram estreantes no movimento. "Não imaginei que seria dessa forma. É uma maravilha, quero vir sempre", comemora o mais velho. "Nossos amigos sempre nos falavam que era legal. Mas ficávamos preocupados com nossos filhos. Agora deu para ver como é tranquilo", declara a psicóloga Roberta Takei, 35. "Acho os blocos de Carnaval sem graça. Gosto de ficar livre, fantasiar. Viemos com todo o kit na mochila, com serpentina e confete", completa o advogado Pablo Patterson, 39. Roberta e Pablo brincam com os filhos, Vinícius e Martin: estreia no desfile (Foto: Marina Silva/CORREIO)