Assine

Veja as músicas que vão ser tocadas na canonização de Irmã Dulce


 

Os músicos Waldonys e Margareth Menezes e o miraculado Maurício Moreira se apresentarão no Vaticano

  • Gabriel Moura

Publicado em 28/09/2019 às 05:35:00
Atualizado em 20/04/2023 às 07:58:08
. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

O sol irá se pôr 15 vezes mais até que nasça radiante no tão esperado 13 de outubro, dia da canonização da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, primeira santa nascida no Brasil. Nesta data, o papa será testemunha da baianidade que invadirá o Vaticano quando três artistas nordestinos se apresentarem durante os festejos. O músico cearense Waldonys e a cantora baiana Margareth Menezes, além do miraculado Maurício Moreira, comandarão a trilha musical do evento e já estão ensaiando para não fazer feio na frente de vossa santidade.

O encontro do trio nessa sexta-feira (27) foi o segundo. Outro ainda deve acontecer em Salvador antes do ensaio geral, que acontecerá no próximo dia 12, já em solo sagrado. A playlist também já está definida e contará com seis músicas, sendo três forrós - um dos ritmos preferidos da santa sanfoneira.

A trilha sonora será: Doce Luz, de Chico Gomes e Léo Passos (o hino oficial da santa); A vida do viajante, de Luiz Gonzaga; Asa Branca, de Nelson Gonçalves com Luiz Gonzaga; Dez poemas diferentes, de Santanna; Ave Maria de Gounod, que terá apenas a parte instrumental tocada por Waldonys; e Romaria, de Renato Teixeira. Foto: Arisson Marinho/CORREIO Entre os três que se apresentarão no Vaticano, o mais ansioso talvez seja o maestro Maurício Moreira, o miraculado. Ele, que recuperou a visão graças à intervenção da Bem-Aventurada, acreditava que apenas seus olhos seriam utilizados durante a cerimônia, mas foi surpreendido ao saber que também foi convidado para a festa.“Minhas pernas estão tremendo até hoje. Eu recebi dois presentes: a volta da visão que Irmã Dulce me deu e também ir para a canonização, algo que nunca imaginei fazer, ainda mais ao lado dessas duas estrelas que eu sempre admirei. São muitas alegrias e emoções. Além de voltar a enxergar, estar aqui com eles é sensacional”, conta ele, emocionado.Margareth e Waldonys também têm a vida muito ligada à santa baiana - ambos são embaixadores das Obras Sociais desde agosto de 2018. Margareth era vizinha de Dulce e hoje, algumas décadas depois de testemunhar à época a freira pedindo doações na sua rua, irá cantar na canonização.“Para falar a verdade, eu até tinha um pouco de medo dela quando era criança (risos). Talvez pela postura, sempre andando de cabeça baixa. Mas desde criança eu conseguia sentir uma energia de bondade emanando dela. E para mim é indescritível essa oportunidade de cantar na canonização. Sempre pedia a meu pai para arrecadar alimentos na fábrica em que ele trabalhava”, lembra ela.Já sobre os ombros de Waldonys, que é afilhado de Luiz Gonzaga, recaiu a missão de dar a voz à Doce Luz, composição de Chico Gomes e Léo Passos. Muito religioso, lembra que já se apresentou em Roma algumas vezes, mas descreve como um momento único na carreira a chance de cantar em plena Praça São Pedro na frente do representante de Deus na Terra.

“Tudo isso é uma felicidade imensurável. E o hino é algo belíssimo. Em nenhum momento ele menciona o nome de Dulce, mas só pela letra já dá para sentir que se refere à única santa sanfoneira. A letra passa a mensagem de como era Irmã Dulce. Luz, olhar de esperança, um abraço que acalma. É a santa em forma de poesia”, conta.

Veja parte do ensaio com o trio cantando Doce Luz:

Às escuras As seis músicas que o trio deve tocar - algumas podem acabar sendo cortadas para se adequar ao tempo - são a única coisa que eles estão ensaiando. É que nem os artistas sabem como será a apresentação, já que tudo vem sido trancado à sete chaves pelo Vaticano. Mas isso não é algo que os desanima.

“Só saberemos dos detalhes no dia 12, data do ensaio geral. Até lá, continuamos no escuro, apenas ensaiando essas seis músicas. Mas isso tudo é uma energia tão boa que, mesmo que a gente passe vários dias ensaiando e toque apenas metade de uma música já está valendo. Nós temos certeza de que iremos tocar e homenagear Irmã Dulce. Isso é o que é mais importante”, diz Waldonys.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier