Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Jolivaldo Freitas
Publicado em 13 de maio de 2015 às 03:47
- Atualizado há 2 anos
Quando as forças políticas dominantes neste nosso cenário há quatro administrações, e de pronto no primeiro governo Lula iniciaram as tratativas para a criação dos conselhos que pretendiam o controle social da mídia, estava desenhado que havia “algo de podre no Reino da Dinamarca”; este nosso quinhão de terra dos índios tomada pelos invasores portugueses.>
Pare e pense: e se o governo tivesse mesmo conseguido aprovar seu projeto de cercear os meios de imprensa, você acha que estaríamos debatendo o Mensalão e o Petrolão? E haveria a prisão de políticos corruptos e empresários corruptores? As mentes esclarecidas já chamavam a atenção de que a ampliação intervencionista estatal, notadamente na economia, representava o mesmo anima primitivo das ditaduras. Em sua esteira sempre vem corrupção e corruptores e as forças do mal com suas legiões.>
Talvez você não saiba, mas a Bahia foi o primeiro, e dos raríssimos estados, a aprovar com o voto útil dos deputados estaduais ligados ou subservientes ao governo, o Conselho de Comunicação Social, cuja pose diletante “tem como objetivo planejar e elaborar políticas públicas voltadas para a comunicação no estado e cuidar dos interesses populares”, conforme consta do seu estatuto que se completa com a intenção de “atuar na defesa dos direitos difusos e coletivos da sociedade baiana no que tange à comunicação social”. Difuso... >
A história mostra que tudo que é controle de mídia atenta contra a liberdade de imprensa, de expressão, direito ao conhecimento e à informação e tudo isso tende a se amalgamar num só objetivo que é usar a democracia para acabar com ela, como um hospedeiro sendo corroído por dentro por um mutualismo antinatural, um comensal ardiloso e venenoso. >
Este governo pretende ser o nosso Leviatã, embora esfacelado e mesmo com seu viés totalitarista velado. O que tolhe seus passos são as denúncias de corrupções como “nunca antes na história desse país” como poderia ter dito o dono do bordão o ex-presidente Lula, que passo a passo vem entrando como ator na ribalta das denúncias.>
O mito do Leviatã sempre foi e será a de um monstro adormecido, mas pronto para nos engolfar. Está no Livro de Isaías como figura tortuosa do caos primal. No Livro de Jó Leviatã incendeia e destrói. Seu hálito é a personificação do caos. Coisa que analogicamente foi abordado como sendo o estado totalitarista – remember o dragão da Ditadura Militar vencido em nome da democracia -, tanto como de direita ou de esquerda, pelo filósofo inglês Thomas Hobbes ainda no século XVII. >
Em sua visão, o monstro era representado pelo “Soberano”, aquele que manda e é depositário do Estado. Ao Leviatã caberia reunir o povo, o trazendo para seu lado no governo, sob a égide de proteger sua vida, suas propriedades e até sua liberdade.>
O “Soberano” receberia em troca a obediência servil. O Leviatã sendo o detentor do poder espiritual e militar. É algo para se pensar nestes tempos de hoje. Como proferiu o bíblico Livro de Isaías, o Leviatã não pode vencer: “Deus o ferira com sua dura espada, grande e forte”.>
Jolivaldo Freitas é jornalista é escritor >