Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Eduardo Athayde
Publicado em 31 de maio de 2018 às 13:44
- Atualizado há 2 anos
Dubai lançou um sistema de inovação disruptiva denominado "Dubai 10 X", baseado no BIot (Blockchain e Internet das Coisas-IoT), visando a criação de novos modelos operacionais de negócios que substituam os serviços tradicionais e ofereçam várias vezes o valor para usuários finais e clientes. Dentre eles estão a inovação nas cadeias de suprimentos e na performance das construtoras, rastreando fluxos, eficiência na construção, descarbonização e histórico de vendas. Para garantir sustentabilidade 4.0 é necessário adotar, em lato senso, os pilares da inovação, ciência, tecnologia, economia, finanças, meio ambiente e responsabilidade social, gerando equilíbrios dinâmicos e contínuos entre todos. Se algum pilar for mais focado em detrimento de outro, o desequilíbrio e a insustentabilidade se instalam, como mostram os relatórios do WWI-Worldwatch Institute, sediado em Washington e focado na sustentabilidade de resultados, com rede de pesquisas nos cinco continentes.>
Cientes que tecnologia é commodity e que a inovação pode ser transferida a qualquer lugar do globo através do smartphone, colônias de startups espalham-se internacionalmente formando robustos ecossistemas em diferentes pontos do planeta, liderando e impondo um novo ritmo à "eco-nomia" global.>
Apelidos expressam suas vocações. Construtechs, fintechs, foodtechs, urbantechs, agrotechs, biotechs, healthtechs, oceantechs e kidtechs; viralizam, comandando a virada da economia analógica para eco-nomia digital. Unicorns, é o nome dado a startups que alcançam valor de mercado de 1 bilhão de dólares. Em maio de 2018 existem 279 unicorns no mundo. >
Cerca de 250 startups existem hoje no Brasil focadas em diferentes áreas da construção civil: gestão de projetos e obras, compra e venda de imóveis, aluguel de equipamentos, conteúdo online, gestão de resíduos e gestão de condomínios. Embarcar tecnologias nas empresas é a única forma de competir neste cenário de mudanças radicais, ajudando a faturar mais e melhor.>
Aproveitando as oportunidades que surgem das nuvens, um movimento de aproximação entre ecossistemas de startups das chamadas "Bay Areas" está em curso, ligando o Silicon Valley, da Baía de São Francisco, na Califórnia (PIB de US 2,7 trilhões), com a Baía de Todos os Santos (All Saints Bay), Capital da Amazônia Azul (PIB US 80 bilhões).>
Tanto as startups quanto os investidores californianos têm interesses em expandir seus negócios unindo trabalho e investimento com qualidade de vida, e sabem que, em um mundo conectado, o que fazem lá podem fazer mais prazerosamente em clima tropical, com sol, praias, águas mornas, limpas e balneáveis o ano todo.>
Com 40 milhões de habitantes, baias, rios e 1.800 km de costa, a Califórnia concentra o maior numero de negócios imobiliários e condomínios náuticos (com marinas) do mundo - todos com alta tecnologia. As startups baianas, mirando no ecossistema californiano, atingem também outras possibilidades que começam a enxergar, a de alavancagem e aceleração do desenvolvimento eco-nômico da Capital da Amazônia Azul.>
Observando a velocidade global das mudanças, o Fórum Econômico Mundial, de Davos, inspirado na inteligência do Fórum Social Mundial, adotou a visão "eco-nômica" e passou a estimular mini fóruns mensais em diferentes locais do mundo. Alinhando-se ao compasso global, o Fórum de Sustentabilidade da ADEMI - Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ademi-ba.com.br/Site/Eventos/ForumSustentabilidade), realizado há nove anos consecutivos, pode inovar promovendo mini fóruns mensais, disruptivos e exponenciais, juntando gente da casa e de fora para debater a construção civil 4.0, facilitando a sintonia entre a comunidade local e a global. >
Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil. [email protected]>