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Ainda pensa no traste? Conheça o divórcio energético

Muito mais que o fim de um relacionamento, a técnica busca cortar vínculos emocionais, espirituais e psicológicos que permanecem

  • M
  • Moyses Suzart

Publicado em 16 de agosto de 2025 às 05:00

Maiara compra apartamento de R$ 10 milhões no prédio mais alto do Centro-Oeste em Goiânia
Maiara compra apartamento de R$ 10 milhões no prédio mais alto do Centro-Oeste em Goiânia Crédito: Reprodução

Se livrar de um traste pode ser muito mais complexo do que um simples término ou um pedido de divórcio. Para muitos, o afastamento físico não cessa o vínculo com a relação antiga. Quando aquele primeiro amor, uma esposa ou marido, a antiga paixão de carnaval ou uma amizade colorida não saem da cabeça, talvez seja a hora de conhecer o divórcio energético. E não se trata (apenas) do campo espiritual, mas terapêutico mesmo. É a arte do desgarrar de um sentimento que, apesar de cessado o contato físico, permanece azucrinando seu juízo.

A cantora sertaneja Maiara chamou atenção ao dizer que é adepta do divórcio emocional. “Hoje eu vou fazer um divórcio energético para quebrar pactos, vínculos, que não te levam a evoluir”, disse a irmã de Maraísa, em uma de suas lives no Instagram. “Às vezes, relacionamentos passados da gente, inconscientemente, mandam energias pra gente, e você não consegue evoluir nos seus relacionamentos”, revelou.

Afinal, o que é um divórcio energético? Imagine que você teve uma forte relação ou vínculo com uma pessoa, de forma afetiva. Apesar de acabar a relação na forma carnal, você ainda tem um sentimento de posse, ou de saudade, não para de pensar nesta pessoa e não consegue encontrar uma outra relação por conta do passado. Pode ser uma dor de corno, mas também podem ser dores emocionais intensas, que provocam diversas consequências, incluindo transtornos mentais, como ansiedade, insônia, incertezas e dificuldade de ter novos amores. É aí que entra a técnica.

“Quando a gente se envolve com alguém, não se envolve só emocionalmente. A gente se envolve física, psíquica, energeticamente e espiritualmente. Isso é tão profundo que, quando conhecemos um casal que está há bastante tempo junto, eles se olham e não precisam nem falar. Mais do que isso, começamos a achar que eles são fisicamente parecidos ou têm a mesma atitude, porque de fato estão tendo trocas profundas. Agora imagine quando isso acaba…", indaga a terapeuta Dalila Rodrigues, especializada em divórcios energéticos.

O divórcio energético busca especificamente resolver este vínculo afetivo. Ou melhor, quebrá-lo. Algumas religiões, como o espiritismo e a umbanda, buscam meios através do lado espiritual. Contudo, o mais comum é uma terapia voltada para o tema. Neste caso são utilizadas metodologias multidisciplinares, mas focadas na teoria ThetaHealing, uma técnica terapêutica holística, que combina meditação, visualização e crenças espirituais para promover mudanças físicas, emocionais e comportamentais. É uma série de sessões e tudo vai depender da disposição, da crença e do grau de vínculo. O melhor: não precisa da presença do outro lado da relação não superada.

“Quando houve frustração ou corte antigo, mesmo estando com outra pessoa, é possível fazer o divórcio energético só de um lado. A pessoa que acessa o tratamento é quem quer resolver. O outro pode nem saber”, conta Dalila. Para ela, nem sempre a frustração está dos dois lados. Uma já pode ter superado e seguindo em frente, enquanto a outra travou.

“O divórcio energético trabalha o lado psicológico, não apenas espiritual. Depende do desejo, certeza e disponibilidade da pessoa. Inclusive, algumas pessoas precisam de divórcio energético não de outra pessoa, mas de quebrar padrões de abuso repetidos nas relações. Quando esse processo ocorre, a pessoa aprende a se honrar, a dizer 'não', a colocar limites, trazendo qualidade de vida para todas as relações, não apenas afetivas”, completa.

Vale ressaltar que, apesar de ser bastante popular no meio espiritual e terapêutico alternativo, o ThetaHealing não tem comprovação científica e é considerado uma prática complementar. Ele não substitui tratamentos médicos ou psicológicos.

Para Abel, o divórcio energético não só funcionou, como também foi crucial para sua autoafirmação. Ele tinha um vínculo forte com seu primeiro namorado, justamente o que o ‘libertou’ do medo de ter uma relação homoafetiva publicizada. Com o término, Abel ficou sem chão. “Cheguei a bater nele numa festa, quando o vi na balada com outro. Ali clonclui que o problema não era ele, mas eu. Me recusava a fechar o ciclo. Depois de um ano de medicamentos, procurei terapia de divórcio energético. Consegui me libertar. Ainda estou solteiro, mas bem comigo mesmo”, revela.

Para a terapeuta Dalila Rodrigues, o divórcio energético pode ajudar, inclusive, em casos que podem chegar à violência doméstica. Mas não tira a culpa de quem pratica. “A pessoa precisa estar disponível para gerenciar mudanças e assumir responsabilidades. Cada um tem responsabilidade dentro de uma relação. Isso não retira a culpa de quem cometeu abusos, mas nos leva a entender crenças e padrões adquiridos, evoluindo e aprendendo com consciência”, diz.

A terapia focada neste tema também trabalha com casais ainda juntos, mas que ainda não entenderam que o respeito é a principal essência de uma relação. “Acabou o respeito, acabou o amor. Começa com discussões, gritos, e pode chegar à violência. É preciso identificar que está na hora de quebrar este vínculo antes de chegar ao extremo”, conclui Dalila.