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Após quatro meses, Bahia tem menos de 40% do público-alvo vacinado contra a gripe

Em Salvador, foram 36,92% de vacinados nos grupos prioritários; nenhum município chegou à meta de 90%

  • Foto do(a) author(a) Thais Borges
  • Thais Borges

Publicado em 21 de julho de 2025 às 05:00

Vacinação contra a gripe
Vacinação contra a gripe Crédito: Arisson Marinho/ Arquivo CORREIO

Pouco mais de quatro meses após o início da campanha de vacinação contra a gripe no país, apenas 38% do público foi imunizado na Bahia até o último domingo (20). Os números seguem a mesma tendência nas outras esferas: em Salvador, foram 36,92% de vacinados nos grupos prioritários. Os percentuais não estão muito distantes da média nacional - 44,92% -, mas são ainda menores, de acordo com a Rede Nacional de Dados em Saúde.

Originalmente, o público-alvo da campanha de vacinação é formado por idosos, gestantes e crianças, mas, na segunda quinzena de maio, o Ministério da Saúde ampliou a campanha para toda a população. Ainda assim, tanto a baixa adesão nos grupos prioritários quanto pelo público geral tem deixado órgãos de saúde em alerta.

“Esse número realmente é muito baixo. Nossa meta seria vacinar, pelo menos, 90% dos públicos prioritários", diz a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Vânia Rebouças. Nenhuma cidade baiana chegou perto disso - os melhores percentuais são de Érico Cardoso (71,21%), Abaré (76,33%) e Dom Basílio (73,13%). Os piores cenários são em Mata de São João (11,4%), São Gonçalo dos Campos (14,37%) e Queimadas (16,19%).

A Bahia recebeu pouco mais de cinco milhões de doses da vacina e todas já foram enviadas aos 417 municípios do estado, que ficam responsáveis pelas respectivas campanhas locais. No entanto, mesmo com a ampliação para todas as pessoas com mais de seis meses de idade, apenas 2,6 milhões de doses foram aplicadas.

O grupo das crianças é o que tem maior cobertura até o momento - pouco mais de 40% -, seguido pelos idosos (37,61%). Gestantes têm o menor índice: 22,38% em todo o estado. “O mais relevante, para o cenário epidemiológico, é vacinar os extremos de idade. Somente assim, com a vacina, a gente consegue reduzir casos graves e óbitos da Influenza, que é a principal causa da SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave)", acrescenta Vânia.

Em Salvador, a situação é igualmente preocupante, na avaliação da subcoordenadora de imunização da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Taciana Matos. Na capital, contudo, as crianças são as menos vacinadas: até o último domingo, eram pouco mais de 35%, seguidas de idosos (37,14%) e gestantes (45,44%), de acordo com a plataforma de dados do Ministério da Saúde. Com a ampliação do público-alvo em maio, Salvador deveria vacinar até dois milhões de habitantes, mas o ritmo de comparecimento aos postos é menor do que em anos anteriores.

“Normalmente, a gente sempre tinha uma população maior nessa campanha. Mas, nesse ano de 2025, temos uma adesão muito baixa, inclusive para os grupos prioritários. Crianças e idosos representam 70% do público que foi internado por SRAG em Salvador. Esse público já deveria começar o inverno com uma certa segurança de que não estaria agravando, se estivesse vacinado”, analisa Taciana.

Das 2.511 internações registradas pela SRAG em Salvador até a semana passada, 59% (1480) eram de crianças, enquanto outros 17% (421) eram idosos. O número total deste ano é maior do que no ano passado, quando foram 2.415 registros de hospitalização pela síndrome no mesmo período.

Causas

O que explicaria, contudo, a mudança de comportamento de um ano para o outro? Para Taciana, é uma falsa sensação de segurança em comparação ao cenário em outros estados.

“Apesar de o Brasil ter tido um grande número de casos de SRAG, com vários estados entrando em estado de emergência, Salvador não chegou nesse nível. Isso faz com que as pessoas pensem que estão protegidas, mas não estão. Os vírus estão circulando e temos um número grande de pessoas sendo internadas por Influenza em Salvador”, enfatiza a subcoordenadora de imunização da SMS.

Além disso, desde a pandemia da covid-19, o Brasil passou a conviver com a ‘hesitação vacinal’. “Existe esse contexto, por conta de fake news, e parte da Sociedade não prioriza tanto manter a cobertura de vacinas. As coberturas baixas aumentam o risco de manter o risco de agravo e, no caso de Influenza, reduz casos graves e óbitos. Com a vacinação, a gente quer reduzir esses casos”, pondera Vânia Rebouças, da Sesab.

Agora, as estratégias, de acordo com ela, são para fazer a busca ativa dos faltosos. “A gente identificou que a população não tem procurado, de maneira geral, mas esses públicos prioritários geralmente são grupos que dependem de outras pessoas para serem levados às salas de vacina”.

Assim, ela explica que uma saída tem sido as ações “extra-muro” - ou seja, que saem das unidades básicas de saúde. Outras possibilidades que já vêm sendo adotadas em alguns municípios é de promover horários estendidos de funcionamento e os famigerados ‘Dias D’, aos sábados.

As duas medidas facilitam a ida da população que trabalha e não consegue ir aos postos nos dias úteis, até 16h ou 17h (horário de funcionamento na maioria dos municípios).“As crianças precisam ser levadas pelos responsáveis. Como eles vão levar, se o horário da unidade é restrito?”, argumenta Vânia.

Na SMS, desde março, também foram adotadas estratégias de ampliação da vacinação. Além das 162 salas de vacina em unidades de saúde, há pontos fixos em dois shoppings da cidade (Bela Vista e Salvador) e a imunização de pacientes acamados na própria casa.

“Mesmo assim, a gente não está tendo adesão da população. Fizemos (a vacinação no) drive e tivemos três sábados de funcionamento para quem trabalha ter esse acesso. A gente realmente faz esse apelo, porque estamos no inverno, que tem o maior número de infecções respiratórias”, acrescenta Taciana Matos.

A campanha de imunização para os grupos prioritários foi estendida pelo Ministério da Saúde até o final do ano. Para os demais grupos, contudo, será apenas enquanto durarem os estoques de cada município.