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Estudantes do BI questionam redução de vagas para cursos tradicionais na Ufba

Proposta seria de adiar a transição para 2026 e ofertar apenas sete cursos; alunos anunciaram manifestação para esta segunda (21)

  • Foto do(a) author(a) Thais Borges
  • Thais Borges

Publicado em 21 de julho de 2025 às 05:00

Universidade Federal da Bahia (Ufba)
Universidade Federal da Bahia (Ufba) Crédito: Marina Silva/CORREIO

A redução de vagas para estudantes concluintes dos Bacharelados Interdisciplinares (BIs) na Universidade Federal da Bahia (Ufba) se tornou motivo de preocupação dos alunos. A proposta de diminuição das vagas afeta principalmente alunos que cumprem todos os créditos do BI primeiro semestre de 2025.

Por seu projeto pedagógico, os BIs permitem a transição para os chamados Cursos de Progressão Linear (CPL), que são as graduações no modelo tradicional (como Direito, Medicina e Engenharias) após pelo menos três anos de bacharelado nas áreas de Humanidades, Ciência e Tecnologia, Saúde e Artes. No entanto, de acordo com um manifesto de estudantes ao qual o CORREIO teve acesso, o processo seletivo interno de transição dos concluintes de 2025.1 será adiado para 2026. Além disso, a nova regra pode reduzir tanto número de vagas quanto a oferta de cursos possíveis para a transição. A Ufba nega que haverá redução de vagas no BI (leia nota completa abaixo).

“Com isso, os estudantes poderão ficar cerca de seis meses sem vínculo com a universidade, ou seja, sem número de matrícula. Essa situação os impede de participar de atividades remuneradas (como monitorias, estágios e bolsas), utilizar serviços como biblioteca e restaurante universitário, e até mesmo acessar assistência estudantil - essencial para alunos de baixa renda, especialmente os vindos do interior”, diz o texto.

Para protestar contra a mudança, os alunos do BI anunciaram uma manifestação nesta segunda-feira (21), às 9h, em frente à reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Segundo os organizadores, o ato tem o objetivo de cobrar que a transição seja feita com o mesmo percentual de vagas historicamente estabelecido - ou seja, cumprindo o percentual mínimo de 20% das cadeiras disponíveis para todos os CPLs, anualmente.

Menos vagas

A entrada dos concluintes do BI nos CPLs é dividida, como explica a estudante Lorena Conceição, uma das responsáveis pelo texto e aluna do BI de Humanidades. “O edital geralmente sai em fevereiro. Os estudantes se inscrevem e já começam o ano letivo no curso que querem", explica. Em um curso como Medicina, por exemplo, 32 vagas são reservadas ao advindos do BI - 16 em cada semestre, contando com a aplicação da política de cotas.

“Isso é o regular. Só que, em 2024.2, no fim do ano passado, teve um processo seletivo extraordinário, que é a mesma coisa que vai acontecer com a gente agora. Esse processo seletivo extraordinário chegou para resolver o problema que foi causado pela pandemia, que muitos estudantes que entraram em 2020 atrasaram a formatura e, consequentemente, o processo seletivo", conta.

Agora, o motivo da mudança é a implementação do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa), que vai substituir o Siac, antiga plataforma usada pela universidade na graduação. Assim, a transição passou para 2026. No entanto, segundo Lorena, os estudantes não foram informados em que momento o processo deve acontecer e se haverá duas seleções. “E aí vem a pergunta: como é que esse sistema vai comportar tantos estudantes?", questiona.

Esse é outro ponto considerado ainda nebuloso pelos estudantes: a quantidade de vagas que será ofertada. No dia 9 de abril, foi definida uma comissão específica para discutir e propor a quantidade de vagas que será ofertada no processo. A entidade é coordenada pelo presidente do Conselho Acadêmico de Ensino (CAE), mas conta com outros 12 integrantes, incluindo docentes e discentes.

“Uma das reclamações dos estudantes é que foi definida uma quantidade de vagas muito pequena para a quantidade de alunos que vão passar pelo processo seletivo. Pelo método de cálculo que o presidente da comissão estipulou, só seriam ofertados sete cursos dentre os mais de 100 cursos que a universidade possibilita", explica Lorena.

Pela proposta citada por Lorena, só seriam disponibilizadas possibilidades de entrada para os cursos de Medicina em Salvador (16 vagas), Medicina em Vitória da Conquista (4), Psicologia (17), Design: Programação Visual (7), Sistemas de Informação (7), Produção em Comunicação e Cultura (6) e Jornalismo (6). Outras graduações disputadas, como Direito, Engenharias e Arquitetura, não seriam contempladas.

Além disso, estudantes apontam a desigualdade na oferta diante das áreas de concentração. Mesmo com quatro áreas de concentração, algumas teriam apenas uma opção de curso, como Artes (Design) e Ciência e Tecnologia (Sistemas de Informação).

“Acho que o mais triste é a gente ficar sem vínculo com a universidade e desassistido por ela, porque nosso semestre acaba dia 26. A gente vai perder nossa matrícula em agosto, assim que o nosso sistema integralizar”, lamenta Lorena.

Sem a matrícula, não é possível receber desde bolsas de auxílio permanência como ter acesso a outros benefícios estudantes, como o Restaurante Universitário. “Muitos estudantes que são do interior vão ficar esses seis meses totalmente desamparados, porque muitos deles vêm para cá e alugam apartamento. Vão ter que abdicar desse apartamento, porque o dinheiro vinha desse suporte também”, diz a jovem.

“É uma situação muito complicada. Por isso e outras coisas, vamos fazer a manifestação na frente da reitoria. O BI é um curso escanteado da faculdade, mas não é uma minoria em relação a números. É um grupo minorizado, porque a quantidade de alunos do BI é surreal, então a gente precisa ter os nossos direitos”, acrescenta.

A Ufba, por meio da assessoria, informou que "em hipótese alguma", há qualquer redução do número de vagas para o Bacharelado Interdisciplinar (BI). Veja a nota completa:

"A migração para o Sigaa é um projeto prioritário que trará benefícios para 42.000 alunos sendo cerca de 35.000 da graduação. O Sigaa vai integrar a Ufba com os demais sistemas da universidade e dar mais autonomia para que os estudantes possam decidir seu percurso pedagógico. A Ufba esclarece que, em hipótese alguma, o projeto envolve qualquer redução do número de vagas para o Bacharelado Interdisciplinar (BI)."