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Manguezais combatem aquecimento global por capacidade de armazenamento de CO2

Esses ecossistemas fazem estoque de carbono, amenizando emissões de gases do efeito estufa

  • Foto do(a) author(a) Carolina Cerqueira
  • Carolina Cerqueira

Publicado em 28 de julho de 2024 às 11:00

Fundação foi criada em 1997
Fundação foi criada em 1997 Crédito: Divulgação/Fundação Vovó do Mangue

Em meio às discussões sobre mudanças climáticas, especialistas apontam que os mecanismos mais poderosos para o combate aos impactos estão na própria natureza. Os manguezais, muito presentes em todo o Brasil e, inclusive, na Bahia, ajudam a amenizar as emissões de gases do efeito estufa. 

Quem explica é o doutor em Geologia Ambiental e professor adjunto da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ícaro Thiago Moreira. Segundo ele, os manguezais são ecossistemas capazes de estocar carbono orgânico, o chamado carbono azul. “O carbono é sequestrado pelas plantas e fica armazenado no tronco, raízes e folhas por um longo período”, diz Ícaro.

Os benefícios não param por aí. “Os sedimentos dos manguezais servem como filtros naturais dos poluentes que vêm do continente para o ambiente marinho, protegendo, por exemplo, os recifes de corais. Além de atuarem com proteção costeira, pois servem como barreiras naturais contra erosão, tempestade e tsunami”, acrescenta o professor.

Também sob ameaça

Os manguezais não deixam de estar sujeitos à ação das mudanças climáticas. Com o aumento do nível do mar, o risco é de inundação permanente nos mangues, intensificando a erosão costeira e danificando a vegetação, além de aumentando a salinidade da área. Com o aumento de temperatura das águas, aumenta o estresse térmico da vegetação.

Trabalho de marisqueiras e pescadores são tradicionais de regiões de mangue, servindo como fonte de renda
Trabalho de marisqueiras e pescadores são tradicionais de regiões de mangue, servindo como fonte de renda Crédito: Divulgação/Fundação Vovó do Mangue

Já o aumento da concentração de CO2 na água provoca a acidificação dos oceanos, o que pode promover o desprendimento de poluentes presentes nos sedimentos de manguezais, afetando a biodiversidade e, por fim, a saúde humana.

O que são manguezais?

Manguezais são ecossistemas costeiros presentes em regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo. Eles existem em mais de 120 países de regiões como Ásia, África, América Central e América do Sul. Em geral, representa uma área de transição entre o ecossistema continental e o marinho.

Costuma ser banhado por águas salobras devido ao encontro do rio com o mar e possui vegetação adaptada, com plantas chamadas de halófitas facultativas. Em relação à fauna, é comum encontrar caranguejos, guaiamuns, aratus, siris, peixes, camarões, lambretas, chumbinhos e ostras.

A costa atlântica ganha destaque na presença de manguezais e o Brasil é o segundo país em extensão de mangues (com um milhão de hectares da zona costeira). Esses ecossistemas são encontrados do Amapá até Santa Catarina, sendo as maiores porções no Maranhão, Pará e Amapá (juntos, representam 80%).

Na Bahia, os dados divulgados pelo MapBiomas em 2022 revelam uma área de aproximadamente 69 mil hectares de vegetação de manguezais (7%).

A estimativa é que 2% das áreas de mangue diminuíram de 2001 a 2021. Essas regiões comprometidas são chamadas de “manguezais mortos”, que já não têm a presença de árvores sadias capazes de desenvolver serviços ecossistêmicos, como ciclagem de nutrientes e produção de matéria orgânica.

Ainda segundo o MapBiomas, 75% dos manguezais estão em Unidades de Conservação Nacionais.