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Moyses Suzart
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 15:52
A busca por intervenções estéticas masculinas avança para territórios até então pouco explorados: dentro da cueca. O que geralmente só era mostrado para momentos de prazer e fisiológica virou também instrumento para estética. A chamada Harmonização peniana, procedimento não cirúrgico que visa modificar o diâmetro ou até o comprimento do pênis por meio de preenchimentos, está se consolidando como uma nova “fronteira” da plástica masculina. Em Salvador, a especialista Maria Hartmann, diretora da Clínica Hartmann, afirma que o tratamento “é uma alternativa moderna, discreta e não cirúrgica para homens que desejam aumentar o diâmetro ou até mesmo o comprimento do pênis, de forma natural e segura”. >
O crescimento da procura por esse tipo de procedimento impressiona: dados do Instituto Pedro Sousa apontam aumento de 170% nas consultas para harmonização peniana entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024, com projeção de até 1.350% de crescimento até 2025. Valores para deixar o bilau com a cara de um galã de novela podem chegar a R$ 40 mil, a depender da complexidade do instrumento. Mas o custo pode variar entre R$ 6 mil e R$ 15 mil.>
Segundo especialistas, a harmonização peniana é realizada de forma minimamente invasiva, sem internação e com recuperação relativamente rápida, conforme descreve Maria Hartmann. São usados materiais como ácido hialurônico, bioestimuladores ou até toxina botulínica. Hartmann explica que “usamos microcânulas para injetar o preenchedor na camada subdérmica do pênis, respeitando a anatomia individual de cada paciente”.>
Fontes de especialização em urologia e estética ressaltam que tal técnica promove maior volume ou circunferência, e em algumas situações, leve aumento de comprimento, a depender da tensão da musculatura ou da estrutura pré-existente. O perfil dos pacientes é majoritariamente homens entre 35 e 45 anos, financeiramente estáveis, que buscam melhorar a estética íntima. >
Hartmann destaca que os benefícios incluem aspecto mais volumoso, melhor simetria e “elevar a autoestima sem exigir tempo de afastamento prolongado ou internação”. Especialistas em estética masculina apontam que, apesar dos resultados estarem associados ao ganho visual, a harmonização peniana não deve ser confundida com tratamento médico para disfunção erétil, curvatura patológica ou alguma lesão. Nestes casos, é preciso, em alguns casos, intervenção cirúrgica de um médico especializado.>
Tal como outros procedimentos de estética íntima, a harmonização peniana exige atenção aos riscos e ao acompanhamento técnico. Relatos clínicos citam complicações leves em cerca de 4,3% dos casos, como hematomas, inchaços ou nódulos que requerem correção. >
O tempo de duração dos efeitos varia conforme técnica, produto, metabolismo e cuidados pós-procedimento: de 12 a 18 meses ou, em alguns casos, até 24 meses. A Sociedade Brasileira de Urologia alerta que procedimentos de aumento peniano ainda são considerados experimentais e devem ser realizados com consentimento adequado e por profissionais habilitados. >
Especialistas também lembram que não basta oferecer o procedimento estético: “é essencial seguir protocolos rígidos e utilizar produtos certificados, além de ter à disposição uma equipe multidisciplinar, garantindo que o procedimento seja realizado com segurança e ética para alcançar os melhores resultados”, completa Hartmann. Para homens interessados, a recomendação permanece: avaliação individualizada, expectativas alinhadas e escolha de profissionais de referência. E saber se tanta preocupação não é apenas viagem de sua cabeça…>
Harmonização peniana