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Indústria florestal cresce na Bahia e leva emprego e sustentabilidade a dezenas de cidades

Setor responde por 6% do PIB estadual, beneficia 75 mil pessoas e preserva milhares de hectares de Mata Atlântica com ações ambientais e educacionais.

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 10:00

Madeira que é utilizada nas operações de base florestal são plantadas em áreas até a mais de 100 k das fábricas, o que amplia o impacto das unidades Crédito: Divulgação

Responsável por aproximadamente 6% do PIB da Bahia, a indústria de base florestal produz muito mais do que celulose e desenvolvimento econômico. Ao levar os padrões da indústria para dezenas de pequenos municípios espalhados por regiões que vão desde o Litoral Norte, Agreste, Recôncavo, Sul e Extremo Sul, as florestas plantadas fazem florescer oportunidades de desenvolvimento social e ambiental.

Foi graças a uma grande operação florestal em Teixeira de Freitas que Brenda Souza, de 24 anos, conseguiu realizar o sonho de se profissionalizar como eletricista. Fez um primeiro curso de eletrotécnica em 2022 e há um ano se profissionalizou como eletricista. “A indústria de celulose motivou a implantação de uma unidade do Senai em minha cidade e isso me abriu portas”, conta a jovem que chegou a estagiar na indústria de papel e celulose, mas hoje trabalha numa empresa de energia, em Porto Seguro. “Sem dúvidas, tudo gira em torno das empresas de celulose aqui na região”, diz Brenda.

Tecon Salvador é fundamental para o Polo Industrial de Camaçari por Wilson Sons/Divulgação

É este papel de indutora de desenvolvimento que a Bracell, cumpre em 35 municípios da Bahia. Rudine Antes, diretor-geral da empresa no estado, destaca a maneira como a companhia se insere nos locais em que ela se instala. Líder mundial na produção de celulose solúvel, a empresa busca descentralizar a atividade econômica para fora dos eixos tradicionais, gerando milhares empregos direto e indireto e contribuindo para formação de mão de obra qualificada para quem deseja atuar na área, explica. Presente na Bahia desde 2003, a empresa mantém em Camaçari a única fábrica de celulose solúvel na América Latina, tornando o produto baiano uma referência no mercado.

“A companhia também busca fortalecer as cadeias produtivas regionais ao optar por fornecedores de serviços locais e fomentar o comércio nas regiões onde atua. Além disso, destaca-se na exportação de seus produtos, sendo uma das maiores usuárias do Porto de Salvador para o envio de celulose solúvel a outros continentes e países, como Estados Unidos e China, levando o que é feito na Bahia para o mundo”, ressalta.

Por meio do Bracell Social, braço de investimento social da empresa, a companhia desenvolve diversas ações em prol das comunidades inseridas em sua área de influência, contemplando 27 municípios. Somente em 2025, os programas e projetos focados em Educação, Empoderamento e Estar-bem beneficiaram 75 mil pessoas na Bahia. Um dos destaques é o projeto Educação Continuada, realizado em parceria técnica com o Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep). A iniciativa beneficiou 29 mil educadores, estudantes e familiares em 12 municípios, com a formação de professores, coordenadores pedagógicos, gestores escolares e equipes técnicas das secretarias de Educação. “Esse pilar educacional é motivo de orgulho para a Bracell, que acredita que é por meio da educação que se pode transformar a realidade das comunidades e contribuir para o crescimento e fortalecimento das futuras gerações”, completa.

Bracell mantém em Camaçari a única unidade para a produção de celulose solúvel em toda a América Latina Crédito: Divulgação 

Na frente ambiental, a Bracell investe, de forma contínua, em ações ambientais, pois acredita que a conservação do meio ambiente é crucial para a prosperidade de suas atividades e para um mundo melhor. Entre essas ações, está a iniciativa inédita no setor de celulose no Brasil: o “Compromisso Um para Um”. Lançada em 2022, essa meta de sustentabilidade da empresa visa à conservação da biodiversidade, comprometendo-se com a preservação de uma área de vegetação nativa para cada hectare plantado de eucalipto, até o final de 2025. Até o momento, 97% da meta já foi alcançada.

Indústrial florestal gera desenvolvimento econômico, social e ambiental na Bahia por Sora Maia/CORREIO

Um exemplo dessa iniciativa na Bahia é a conservação do Parque Metropolitano de Pituaçu, uma área remanescente de Mata Atlântica em Salvador, feita pela Bracell em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

As ações ambientais da empresa vão além: a Bracell mantém, em suas áreas, quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) certificadas, como a RPPN Lontra, entre os municípios de Entre Rios e Itanagra, que detém o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco. Essa reserva abriga centenas de espécies da fauna e flora silvestres, muitas delas raras e ameaçadas de extinção. Ao todo, são cerca de 3 mil hectares de proteção integral da vegetação nativa na Bahia. A empresa também desenvolve, internamente, um importante programa de monitoramento de animais e plantas, além das ações dos programas Bicho à Vista e Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas).

Fernando Branco, presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão do Estado da Bahia (Sindpacel), conta que a indústria de papel e celulose está presente na Bahia desde a década de 1950, com uma primeira fábrica que se instalou em Santo Amaro da Purificação. “Nas décadas de 80 e 90 tivemos o início de um processo de expansão para o Sul da Bahia e depois também para áreas mais próximas de Salvador”, lembra.

Branco destaca a importância econômica do setor, que atualmente é o terceiro maior exportador do estado, com participação de 6% no PIB e algo semelhante na arrecadação de tributos. “É uma atividade que tem um potencial de desenvolvimento gigantesco principalmente por conta das operações florestais. A principal matéria-prima é a madeira e o suprimento demanda a produção em áreas a mais de 100 quilômetros das fábricas em alguns casos”, explica. “O raio de desenvolvimento destas operações é muito grande”, explica.

“Com as indústrias no interior, a gente leva empregabilidade, sejam em postos diretos ou indiretos, mas também fomentamos a prestação de serviços. Conseguimos, mesmo se tratando de grandes indústrias, ter capilaridade para chegar em cidades mais empobrecidas e distribuir o desenvolvimento”, explica Fernando Branco.

Wilson Andrade, diretor-executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), acrescenta que o “efeito-renda” nos empregos gerados pela atividade é de 1 para 15. “Não existe outro segmento empresarial com tanta vantagem e potencial para a desconcentração da economia baiana, com vantagens econômicas, ambientais e sociais”, ressalta.

O projeto Bahia Forte é uma realização do jornal Correio com patrocínio da Ferbasa e Unipar, apoio da Bracell, FIEB e Wilson Sons e parceria da Braskem.