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Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2022 às 19:10
- Atualizado há 2 anos
Com as chuvas e fortes ventos em Salvador durante a noite de quinta-feira (3), parte do telhado da quadra do Colégio Estadual Rotary, no bairro de Itapuã, veio abaixo. Segundo a Defesa Civil (Codesal), as rajadas de vento têm variado entre 40 km/h e 30 km/h, bem acima da média normal, de 10 km/h. A maior velocidade, 47,2 km/h, foi registrada às 3h de sexta (4). >
De acordo com o funcionário Maicon Santana, quando o desabamento aconteceu, por volta das 19h, havia alunos chegando à escola, mas ninguém ficou ferido. Nesse momento, as rajadas de vento alcançaram 42,5 km/h, aponta a Codesal. >
A unidade segue funcionando normalmente, com aulas também pela manhã e pela tarde. A quadra, porém, está interditada. “Tá muito destruído tudo: a arquibancada, a parte colada com o colégio”, contou Maicon. Ainda segundo o funcionário, o espaço vinha sendo utilizado frequentemente. “A gente teve Halloween, São João. A gente faz alguns esportes, aula de teatro”, exemplificou. >
Para o aluno Guilherme Bispo, que cursa o sexto ano do fundamental no Rotary, a estrutura já era motivo de preocupação. “Quando tinha aula na quadra, o teto ficava estalando”, disse. Já Sâmia Cerqueira, do nono ano, mostrou-se surpresa. “Quando o pessoal mandou o vídeo, eu falei: ‘Gente, isso aconteceu lá na escola mesmo?’”, relatou a estudante. >
A reportagem tentou falar também com professores e o diretor do colégio, que afirmou que o contato deveria ser feito apenas com a Secretaria da Educação do Estado (SEC). Por nota, a SEC confirmou a manutenção das aulas e informou que seus engenheiros foram direcionados para a vistoria do local, que é afastado das salas. >
Em outro ponto da capital, a Rua Professor Edgard Mata, em Ondina, foi interditada, na manhã da sexta-feira, após a queda de uma árvore. Ela, que fica no campus da Ufba, tombou durante a madrugada, e os galhos permaneceram atravessados na pista. Perto dali, no Porto da Barra, barcos chegaram a ficar encobertos pela água no início da tarde. >
Tempo fechado continua Conforme dados da Codesal atualizados às 17h da sexta-feira, os maiores índices pluviométricos em Salvador, nas seis horas anteriores, pertenciam a Itacaranha (15,2 mm), Rio Sena (14,2 mm), Lapinha (13,6 mm), Periperi (13,2 mm) e Liberdade - Vila Sabiá (12,6 mm).>
O órgão atribui o tempo fechado à atuação de ventos úmidos vindos do Oceano Atlântico e ao avanço de uma frente fria vinda do Sul do país. Há risco de alagamentos e deslizamentos de terra. Solicitações podem ser feitas gratuitamente e a qualquer hora pelo telefone 199. >
Na sexta, até as 17h, foram registradas 68 ocorrências: um alagamento de imóvel, 12 ameaças de desabamento, uma ameaça desabamento de muro, 18 ameaças de deslizamento, seis árvores ameaçando cair, 13 avaliações de imóveis alagados, um desabamento de muro, dez deslizamentos de terra, um destelhamento, um incêndio, uma orientação técnica, uma pista rompida, uma infiltração e um poste ameaçando cair.>
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que a temperatura mínima foi 21,8 ºC e que a sensação térmica chegou a 19,6 ºC. Mesmo assim, o registro mais baixo constatado pelos termômetros no ano continuam sendo os 19,1 ºC no último dia de agosto. >
Segundo a meteorologista Cláudia Valéria, apesar da sensação de frio ‘intenso’ pelos soteropolitanos, a temperatura está dentro do padrão. "Quando tem algum fenômeno atuando, acaba promovendo algum tempo mais nublado, mais chuvoso", explica. >
Neste fim de semana, a previsão é que haja mais chuvas e ventos, com mínima de 21 ºC e máxima de 27 ºC. As temperaturas devem começar a subir só na segunda-feira. >
No interior, Jacobina sofreu estragos De acordo com o Inmet, Porto Seguro, no Sul do estado, registrou a segunda maior precipitação do país na quinta-feira, com 83,4 mm. Em quarto lugar, aparece Itamaraju (72,8 mm); em oitavo, Caravelas (62,4 mm); e, em 16º, Cruz das Almas (48 mm). Ou seja, quinta-feira foi um dia de muita chuva pelo interior da Bahia.>
Apesar de não ter figurado entre os lugares com maior incidência de chuvas (38,8 mm), Jacobina, no Norte do estado, teve dezenas de ruas alagadas. O Centro Educacional Deocleciano Barbosa de Castro passou pela mesma situação e ficou sem aulas. Segundo o prefeito, Thiago Dias, o volume de chuvas esperado para todo o mês caiu em apenas uma noite. Até o Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho foi invadido pelas águas, afetando seis leitos.>
Por meio das redes sociais, a prefeitura comunicou que os pacientes foram transferidos para outras acomodações e que as obras de reparo no telhado seriam iniciadas já na sexta-feira (4). Em mais uma ocorrência, o muro anexo à unidade do Sesc, no bairro Félix Tomaz, desabou, e parte dos escombros ficou espalhada na pista. Até o fechamento da matéria, não houve registro de feridos ou desaparecidos no município de Jacobina, apesar dos grandes transtornos ocasionados pelas chuvas.>
Com informações de Amanda Palma.>