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Ônibus parados e sem estrutura: alunos perdem aula após colapso no transporte escolar de Camaçari

Após contrato com antiga empresa de transporte vencer, estudantes enfrentaram caos

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 06:30

Alunos de Camaçari enfrentaram transtornos para ir à escola nesta semana Crédito: Reprodução

Estudantes da rede pública de ensino de Camaçari que dependem do ônibus escolar oferecido pelo município ficaram em apuros nos últimos dias. Isso porque, desde segunda-feira (4), a Dzset, empresa que costumava fazer o transporte teve o contrato vencido junto a prefeitura. A Safira, empresa contratada em caráter de urgência, por sua vez, disponibilizou frota insuficiente e veículos sem janela, além de apresentar falta de estrutura adequada para comportar pessoas com deficiência (PcD).

A mudança de empresa para prestar o serviço de transporte pegou alunos e responsáveis de surpresa. Segundo a prefeitura de Camaçari, o contrato com a antiga empresa foi encerrado no dia 2 de agosto e houve uma tentativa de renovação, que não ocorreu em tempo hábil. Com isso, os alunos que aguardavam nos pontos de ônibus de diversas regiões de Camaçari, sobretudo na zona rural, amargaram a espera.

Mãe de uma estudante, a vendedora Emily Costa contou que a filha, que está em período de avaliação, perdeu aula por conta do atraso do transporte. “Nós somos de Cajazeiras de Abrantes e o ônibus costuma passar para pegar os alunos da Cordoaria, daqui e de Vila Verde. Contudo, na segunda-feira, as crianças ficaram sem ir para a escola. O ônibus continuou fazendo o roteiro sem as crianças”, relata.

Imagens de vídeos gravados por lideranças locais e responsáveis, aos quais o CORREIO teve acesso, mostraram pontos de ônibus cheios. Em um dos registros, um morador filmou alunos sentados no meio-fio enquanto um ônibus estava parado no ponto, sem liberação para sair.

Aluno cadeirante é auxiliado por colegas para acessar ônibus; elevador está quebrado por Reprodução

Vânio Lima, líder local e ex-vereador de Camaçari, relatou que a Dzset atendia os alunos, somente na região de Monte Gordo, com 18 ônibus. A Safira teria disponibilizado apenas cinco ônibus. Com isso, os estudantes que conseguiram transporte precisaram se aglomerar nos veículos.

“Tem várias outras localidades que passaram pela mesma situação, como Barra do Jacuípe, uma parte da sede do município, praticamente 40% a 50% do município. Uma parte fica com a Radial e outra parte com a Dzset. Agora, esse serviço está sendo executado pela Safira, que têm ônibus sem condições de operar”, diz.

Inacessibilidade e estrutura precária

Nas imagens obtidas pela reportagem, é possível ver que os ônibus disponibilizados para substituir a frota antiga apresenta diversas irregularidades, como para-brisa quebrado e assentos rasgados. Um dos veículos circulava sem janelas. Além disso, o elevador que dá acesso a pessoas com deficiência estava quebrado.

Um vídeo mostra quando a mãe de um estudante cadeirante tem dificuldade para colocar o filho no veículo. Com o elevador quebrado, quatro colegas se juntam para levantar a cadeira de rodas e, só então, o jovem consegue acessar o ônibus. Diante da falta de local apropriado para PcD, ele fica no corredor de veículo sem nenhum dispositivo de segurança, precisando se segurar em uma barra de apoio.

“Eu sou mãe dele e não acho certo os alunos pegando o menino para botar aqui em cima. É um direito dele ter o ônibus adaptado e tudo certo para ele. Até sexta-feira o ônibus estava [adaptado], hoje já veio esse aqui. É um descaso”, desabafou a mãe, indignada.

Ainda na segunda-feira, um dos ônibus apresentou problema no freio, após deixar os estudantes que estavam a bordo na escola. Com isso, o motorista perdeu o controle da direção e colidiu na lateral de uma residência. Ninguém ficou gravemente ferido.

A reportagem tentou entrar em contato com os representantes da empresa Safira, mas não obteve retorno. Também, tentou contatar a empresa de ônibus Dzset, mas não encontrou canais oficiais de contato. Ao ligar para o número disponibilizado no Google, a ligação não chegou a completar. O espaço segue aberto.

O que diz a prefeitura de Camaçari

Em nota, a Secretaria de Educação de Camaçari (Seduc) informou que o serviço de transporte escolar foi restabelecido nesta terça-feira (5). A pasta esclareceu que alguns veículos não operaram na segunda-feira (4) devido a uma questão contratual.

“O contrato vigente foi finalizado no dia 2 de agosto e a secretaria encaminhou um novo termo para a empresa prestadora de serviço. No entanto, a companhia não comunicou em tempo hábil o interesse em dar continuidade à operação do transporte escolar no município, o que comprometeu a prestação do serviço”, justificou.

Quanto ao episódio envolvendo um ônibus do transporte escolar em Cajazeiras de Abrantes, que colidiu com uma residência, a secretaria disse que a empresa responsável pela prestação do serviço assumiu as despesas do ocorrido.

“Ao manobrar o veículo, já sem nenhum estudante dentro do ônibus, o motorista colidiu em um muro de uma residência. A questão está sendo apurada pela empresa. Já nesta terça-feira (5) o ônibus foi substituído e o serviço foi mantido aos alunos da localidade”, finalizou.