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Gil Santos
Publicado em 22 de novembro de 2022 às 05:30
- Atualizado há 2 anos
A antiga sede dos Correios, na Avenida Paulo VI, na Pituba, vai a leilão de novo, nesta terça-feira (21). É a quinta tentativa de vender o terreno de quase 35 mil metros quadrados e o prédio de 17 pavimentos. Em março, a empresa pediu R$ 144 milhões, valor 58% menor que o inicial de R$ 248 milhões feito em 2019. Agora, o lance mínimo é de R$ 141 milhões. Segundo especialistas, o valor cobrado, o tipo de imóvel e os impactos na mobilidade podem estar dificultando a venda.>
O prédio foi inaugurado em 16 de julho de 1983, e durante 30 anos serviu como sede dos Correios. Em novembro de 2018, as atividades foram encerradas e nos meses seguintes o prédio foi desativado. As duas primeiras tentativas de venda aconteceram em fevereiro e maio de 2019, mas não teve interessados. Desde então, ocorreram novos leilões em abril de 2021, e março de 2022.>
Às 10h, nesta terça-feira, a empresa realizará nova tentativa de venda do terreno que tem potencial construtivo estimado de até 105 mil m² e fica a duas quadras da praia. O leilão será eletrônico e faz parte do Feirão de Imóveis dos Correios, que tem 11 licitações agendadas até dezembro em todo o país. Para participar é necessário que os interessados se cadastrem na plataforma Licitações-e, do Banco do Brasil.>
Para o conselheiro Wilson Santos, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), o valor pedido pelo órgão está acima do esperado para aquela região. Além disso, o cenário econômico do mercado imobiliário e a infraestrutura do terreno colocado à venda são outros fatores que afastam os investidores.>
“É preciso fazer um estudo para levantar o valor do metro quadrado naquela região, mas já posso adiantar que o valor pedido está fora da realidade do mercado. As empresas teriam que fazer um consórcio com vários integrantes para conseguir reduzir o valor da compra, e ainda tem os gastos com a adaptação do novo negócio. Não é atrativo”, afirmou.>
Quem comprar o terreno precisa ficar atento também às questões legais. O arquiteto, urbanista e professor de planejamento urbano da Unifacs, Armando Branco, frisa que o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU) estabelece regras que impedem alguns tipos de empreendimentos em determinados locais.“A Avenida Paulo VI é o que chamamos de via coletora, ela tem pistas estreitas e recebe um grande fluxo de veículos. Hoje, para fazer uma intervenção naquele local seria preciso um Estudo Técnico de Impacto de Vizinhança (EIV). Pode ter atividade comercial, residencial e empresarial, mas acredito que um shopping center ou um hipermercado, por exemplo, seriam mais difíceis porque causariam impacto na mobilidade”, explica.O professor lembra que o trânsito na região tem mão única e disse que a mobilidade é um problema que precisa ser observado com atenção. Branco acredita que a melhor alternativa é tentar reaproveitar a edificação já existente. “É melhor para o meio-ambiente e mais barato do que demolir”, afirma.>
Na licitação, o órgão destaca que o empreendimento comercial é destinado a escritórios, ao estilo de prédios empresariais, de médio padrão construtivo e servido por sete elevadores. São dois subsolos, o andar térreo e mais 17 pavimentos. A infraestrutura oferece também cobertura, auditório e área para restaurante. O documento afirma que o prédio fica em região residencial e comercial, e aponta outras vantagens.>
“O imóvel encontra-se em uma das principais avenidas da cidade, importante via de acesso à orla de Salvador, em área de colégios, universidades, estabelecimentos comerciais como restaurantes e comércio varejista, além de condomínios residenciais com padrão econômico de médio a alto, com alta densidade de ocupação, próximo aos principais shoppings de Salvador, com influência direta em avenidas com grande relevância na região”, diz.>
Histórico de leilões do prédio sede dos Correios:Fevereiro de 2019 - lance mínimo de R$ 248 milhões Maio de 2019 - lance mínimo de R$ 211,5 milhões Abril de 2021 - lance mínimo de R$ 197 milhões Março de 2022 - lance mínimo de R$ 144 milhões Novembro de 2022 – lance mínimo de R$ 141 milhões Veja como participar do leilão:>
- Primeiro, é preciso se cadastrar na plataforma Licitações-e, do Banco do Brasil;>
- Depois, já é possível enviar propostas para participar da disputa on-line, realizada no site http://www.licitacoes-e.com.br/>
- A primeira tentativa é vender o terreno pelo valor máximo (R$ 172 milhões). Caso não haja interessados, passa para o valor médio (R$ 157 milhões) e, depois, para o mínimo (R$ 141 milhões);>
- O feirão tem 11 imóveis no Brasil, sendo três deles na Bahia e dois em Salvador. No site do Feirão, é possível fazer buscas por tipo, localidade e finalidade dos imóveis, e obter outras informações sobre a descrição, documentação e a região em que se localizam.>
Confira os imóveis à venda na Bahia:>
Antiga sede dos Correios, na Pituba – Prédio com dois subsolos, andar térreo e 17 pavimentos. A infraestrutura oferece também cobertura, auditório e área para restaurante. São sete elevadores, o terreno tem quase 35 mil metros quadrados e o lance mínimo é de R$ 141 milhões.>
Loja na Barra, em Salvador - Rua Marquês de Caravelas, Barra Avenida. Está localizado em área de uso comercial e residencial, encontra-se desocupado e fica no pavimento térreo. A área total é de 160 metros quadrados e o lance mínimo de R$ 611 mil.>
Terreno na Ilha de Itaparica - O imóvel está localizado na Ilha de Itaparica, com frente para a Rodovia BA-532, a cerca de 3 km para o entroncamento com a Rodovia BA-001 e cerca de 5 km para o centro de Itaparica. Área total de 360 mil metros quadrados e lance mínimo de R$ 2,3 milhões.>