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Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 10:47
- Atualizado há 2 anos
O Produto Interno Bruto (PIB) de Salvador em 2017 equivale à soma do valor gerado pelos 368 municípios baianos com os menores PIB. Enquanto o da capital baiana chegou a R$ 62,7 bilhões, esses 368 municípios, juntos, tiveram um PIB de R$ 62,9 bilhões em 2017. Ou seja, era preciso somar o PIB de 88,2% do total de cidades do estado para chegar ao valor gerado pela capital. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).>
O estudo mostra ainda que os dois maiores PIB municipais do estado são os mesmos ao longo dos 15 anos: Salvador e Camaçari (R$ 23,1 bilhões em 2017). Considerando-se os três maiores, com a inclusão de Feira de Santana (R$ 16,7 bilhões em 2017), o ranking se mantém o mesmo desde 2004.>
Em 2017, os 10 municípios baianos com maiores PIB representavam pouco mais da metade de toda a riqueza gerada no estado (52,3%). Em relação a 2016, houve três alterações nesse grupo. Ilhéus, que ocupava a 9ª posição, deixou o ranking em 2017, caindo para 12ª; Itabuna (R$ 3,984 bilhões em 2017) subiu de 10º para 9º e Barreiras (R$ 3,889 bilhões), que era 13º em 2016, passou a ocupar a 10ª posição no ano seguinte.>
No outro extremo, Ibiquera (R$ 27,1 milhões), Dom Macedo Costa (R$ 31,3 milhões) e Cravolândia (R$ 36,8 milhões) eram, em 2017, os municípios com menores PIB na Bahia. >
Apesar da elevada concentração do PIB baiano na capital, em 15 anos (2002-2017) Salvador foi o município que mais perdeu participação na riqueza gerada no estado. Por outro lado, quem mais ganhou peso na Economia baiana, nesse período, foi Feira de Santana, no Centro-Norte.>
Em 2002, de cada R$ 100 gerados na Bahia, cerca de R$ 27 vinham de Salvador, que respondia por 26,8% do PIB do estado. Em 2017, a participação ficou em 23,3%. Ou seja, a capital era responsável por R$ 23 de cada R$ 100 gerados no estado. Por outro lado, Feira de Santana, que contribuía com 3,7% do PIB da Bahia em 2002, viu sua participação crescer para 5,1% em 2017.>
As duas cidades têm forte peso no setor de serviços privados (excluindo-se a administração pública), que representavam em 2017 71,4% do valor gerado em Salvador e 63,5% do valor gerado em Feira de Santana.>
Salvador, Camaçari, Feira e São Francisco do Conde estão entre os 100 maiores PIB do país Em 2017, com R$ 62,7 bilhões, Salvador se manteve como o 9º maior PIB do país (mesma posição desde 2015), o 8º maior entre as capitais e o líder no Nordeste (mesmas posições desde o início da série, em 2002).>
Contando com a capital, a Bahia, assim como Pernambuco, tinha quatro municípios entre os 100 maiores PIB brasileiros, em 2017. Além de Salvador (9º), Camaçari (33º), Feira de Santana (69º) e São Francisco do Conde (95º) estavam nesse grupo. Na Região Metropolitana de Salvador, Camaçari tem o segundo maior PIB baiano e se destaca pela indústria de transformação, sobretudo a fabricação de produtos químicos, a automobilística e o refino do petróleo.>
O valor gerado pela atividade industrial em Camaçari chegou a R$ 9,9 bilhões em 2017, representando 56,5% do valor adicionado total do município. É o maior valor adicionado industrial da Bahia e do Nordeste e o 12º maior do país. >
São Francisco do Conde tem o quarto maior PIB da Bahia, também fica na Região Metropolitana da capital e tem na indústria sua principal força econômica. Puxado fortemente pelo refino de petróleo, o valor gerado pela atividade industrial ficou em torno de R$ 5,5 bilhões em 2017, que representou 65,2% da riqueza do município.>
Dentre os 10 municípios com maiores PIB no país, apenas Osasco/SP não é uma capital. O município de São Paulo tem, historicamente, o maior valor, R$ 699,3 bilhões em 2017, representando 10,6% do PIB brasileiro – e mais de 10 vezes o PIB soteropolitano.>
Em ano de alta do algodão e da soja, São Desidério volta a ter o maior PIB agropecuário do país Em 2017, o bom desempenho das lavouras de algodão e soja levaram o município de São Desidério, no Oeste baiano, a ocupar novamente o posto de maior PIB agropecuário do país, com um valor gerado de R$ 1,5 bilhão, o que representou 66,5% da Economia da cidade.>
Em 2016, em consequência sobretudo da seca que atingiu boa parte da Bahia, São Desidério havia deixado o topo do ranking do valor gerado pela agropecuária, caindo para a 12ª posição. Em 2017, além de São Desidério, Formosa do Rio Preto, também na região Oeste da Bahia, voltou a estar entre os 20 maiores PIB agropecuários do Brasil, subindo da 42ª para a 7ª posição, em um ano.>
A recuperação das lavouras de commodities também fez São Desidério e Formosa do Rio Preto liderarem o ganho de participação no PIB baiano entre 2016 e 2017. Nesse intervalo, o PIB de São Desidério, em valores nominais correntes de cada ano, passou de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,4 bilhões, e o município avançou de uma participação de 0,58% para 0,88% do PIB do estado.>
Já Formosa de Rio Preto viu seu PIB (em valores nominais) passar de R$ 989,8 milhões em 2016 para R$ 1,7 bilhão em 2017 e subiu de uma participação de 0,38% para 0,65% do PIB baiano.>
Administração pública representa mais da metade do PIB de quase 3 em cada 10 municípios baianos A Bahia tinha em 2017, dois municípios entre aqueles com os 20 maiores valores gerados pela agropecuária; um município entre os 20 maiores valores gerados pela indústria (Camaçari, 12º) e um município entre os 20 maiores valores gerados pelos serviços privados (Salvador, 8º). Entretanto, era a administração pública que dominava o PIB de quase 3 em cada 10 cidades baianas.>
As atividades ligadas à administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social representavam mais da metade do valor gerado em 109 dos 417 municípios da Bahia (26,1% do total).>
Somando a eles as cidades em que, mesmo quando não era mais da metade do PIB, a administração pública ainda tinha o maior valor adicionado, chegava-se a 311 dos 417 municípios baianos. Ou seja, a administração pública era a principal geradora de riqueza para pouco mais de 7 em cada 10 cidades do estado (74,6%).>
Uma maior dependência da administração pública reflete menor dinamismo da economia municipal.>
Os cinco municípios baianos com menor dependência econômica da administração pública, em 2017, eram Formosa do Rio Preto (6,71% do valor gerado por essa atividade), Camaçari (6,28%), São Desidério (6,17%), Conceição do Jacuípe (6,04%) e São Francisco do Conde (4,83%), que tinha o menor valor.>
Em Salvador, a administração pública respondia por 15,1% do valor gerado. Era a 9ª menor participação entre as capitais. São Paulo tinha a menor dependência econômica dessa atividade (7,5% do valor adicionado), e Brasília tinha a maior (45,5%).>
De 2016 para 2017, São Francisco do Conde cai de 3º para 7º maior PIB per capita do país Em 2017, o PIB per capita brasileiro (valor do PIB dividido pela população estimada no ano) foi de R$ 31.833,50, e o baiano ficou em R$ R$ 17.508,67. Na Bahia, o destaque nesse indicador foi, mais uma vez, para São Francisco do Conde. Com R$ 253.895,58 (quase 8 vezes o valor do país e cerca de 15 vezes o valor do estado), ele se manteve como município baiano com o maior PIB per capita.>
Perdeu posição, porém no ranking nacional, caindo do 3º lugar em 2016 para o 7º em 2017. Paulínia/SP continuou com o maior PIB per capita do país (R$ 344.847,17) em 2017. Assim como São Francisco do Conde, o município paulista possui relevância na indústria de refino de petróleo. Em segundo lugar vinha Triunfo/ RS (R$ 311.211,93), onde se destaca a indústria petroquímica. Louveira/SP ficou na terceira posição nacional (R$ 300.639,40) e tem maior peso das atividades ligadas ao comércio.>
Os municípios com os maiores PIB per capita do país ao longo da série (2002-2017), caracterizam-se pela baixa densidade demográfica. Em 2017, os 10 maiores municípios nesse quesito somavam 1,5% do PIB brasileiro e 0,2% da população.>
Segundo maior PIB per capita da Bahia, Camaçari (R$ 77.816,68) também perdeu posição no ranking nacional, de 92º lugar em 2016 para 103º em 2017.No estado, a terceira posição, em 2017, ficou com São Desidério (R$ 69.979,13), que subiu no ranking local (era o 7º PIB per capita da Bahia em 2016).>
O PIB per capita de Salvador em 2017 foi estimado em R$ 21.231,48, e o município caiu um pouco no ranking do estado, da 26a posição em 2016, para a 29ª no ano seguinte. Segue também entre as capitais brasileiras com menor PIB per capita, superando apenas Maceió/AL (R$ 21.210,09), Macapá/AP (R$ 21.054,88) e Belém/PA (R$ 20.821,46), que tem o menor valor.>
É importante salientar que nem todo PIB gerado no município é apropriado por sua população residente, uma vez que a geração do PIB e a renda disponível para consumo não são necessariamente iguais.>