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Gil Santos
Publicado em 6 de outubro de 2015 às 17:26
- Atualizado há 2 anos
Os professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) resolveram manter a greve, em assembleia realizada na tarde desta terça-feira (6), na Faculdade de Arquitetura, localizada na Federação. No total, 146 professores votaram pela manutenção da greve, 70 pela saída. Outros quatro se abstiveram. >
Uma segunda votação foi realizada para decidir sobre a continuidade do movimento com indicativo de saída para o dia 14 ou sem previsão de término. Na ocasião, 165 docentes optaram pela sugestão de que a greve seja encerrada no dia 14.>
“Essa decisão segue uma orientação do comando nacional de Greve, que aponta para a importância de uma saída unificada com outras universidades”, explicou Cláudia Miranda, presidente Associação dos Professores Universitários da Bahia (Apub). >
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) emitiu um comunicado no dia 3/10. O texto propõe uma saída unificada para fortalecer o movimento. “Avaliamos também que, neste momento, as condições de mobilização e disposição de luta da base estão se desgastando”, diz o comunicado.>
Maior da históriaIniciada em maio, a greve da Ufba já é a de maior duração da história da Universidade. “Fomos uma das primeiras a aderir ao movimento grevista. Nós do sindicato fazemos uma avaliação de que a tendência de seguir todas as universidades não é representativa, pois, no momento, muitas já saíram da greve”, completou Miranda.>
Para o professor do Departamento de História da universidade e componente do comando local de greve, Carlos Zacarias, o saldo principal da paralisação é político e a luta por melhorias continuará. >
“Existe a proposta de transformar o comando de greve em comando de mobilização com o fim da paralisação”, disse Zacarias.>
Alunos do movimento “Queremos Aulas Já” também estiveram presentes na assembleia. Eles seguraram cartazes com frases que pediam a volta das atividades acadêmicas. >
“Esperava que acabasse hoje, mas tudo indica que vai acabar no dia 14. Os prejuízos é que vão permanecer: o atraso nas aulas e o calendário quebrado”, disse o estudante do BI de Humanidades, Eduardo Leite, 24.>
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Quando as aulas voltarem na Ufba, um novo calendário será definido pelo conselho acadêmico, informou o pró-reitor de Ensino de Graduação, Penildon Silva Filho. O conselho é composto pelo reitor, professores, funcionários e estudantes.>
“A melhor opção é terminar o semestre que ficou em aberto e começar o próximo o mais rápido possível”, esclarece o pró-reitor. Segundo ele, uma pausa entre os dois semestres será necessária por questões administrativas e para que seja realizada a matrícula dos alunos.>
Penildon ainda afastou os boatos de que o semestre seria cancelado. “Isso de anular semestre é lenda. Não tem sentido para a universidade”, disse. Docentes da Universidade estão há 131 dias em greve e saída pode acontecer na próxima semana(Foto: Reprodução)>