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Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 13:25
- Atualizado há 2 anos
Policial Militar, Juliel Júnior se sentia inseguro ao chegar e sair de sua casa, num bairro popular de Salvador. Mas há dois anos, na mesma época em que nascia sua primeira filha, ele conseguiu realizar outro sonho: o de financiar sua casa em um condomínio, numa área mais segura da cidade. “Viver num lugar que tenha controle de acesso é uma determinação da profissão”. Conjunto no Imbuí faz parte do Programas Habitacional dos Servidores Públicos (Prohabit), que oferecem subsídios nos financiamentos de imóveisPara conseguir esse objetivo, ele contou com a ajuda do Programa Habitacional do Servidor Público, operado pela Conder. Juliel conta que, graças às facilidades que encontrou, hoje paga uma prestação de R$ 650, que é menos da metade do que seus vizinhos pagam pelo aluguel de imóveis semelhantes. “E eu estou pagando por uma coisa que vai ser minha”, compara. O programa funciona assim: servidores que ganham até dez salários mínimos podem ter até metade das prestações financiadas pela Conder a juros zero. “A Caixa aceita que ele comprometa até 30% de sua renda, mas a gente subsidia outros 30%, aumentando a capacidade de endividamento para 60%”, explica o diretor de habitação da Conder, Deusdete Brito. O valor vem acrescido ao salário todos os meses, por um prazo máximo de 15 anos. Só depois que o servidor já está com o imóvel quitado é que ele vai começar a pagar à Conder. “O valor é reajustado pelo mesmo índice do salário do servidor. E ele tem mais 180 meses para pagar, a juros zero”, conta o diretor. Se quiser amortizar a dívida, há ainda a opção de usar licenças-prêmio não gozadas. A cada cinco anos de trabalho, o servidor tem direito a três mês de licença, que podem ser convertidos em dinheiro. “Neste caso, ele pode ir acumulando as licenças, mas só vai poder utilizá-las quando for começar a pagar à Conder”, frisa. Para participar, é preciso procurar a Conder para que seja emitida uma carta de habilitação. No interior do estado, a orientação é que o servidor vá direto numa agência da Caixa. Centro AntigoJuliel escolheu uma casa moderna, dentro de um condomínio, mas o programa também tem opções de imóveis reformados no Centro Antigo, pelo Prohabit. A diretora do Centro Antigo, Beatriz Lima, explica que imóveis que estavam em ruínas estão sendo recompostos para servir ao programa. Até agora já foram entregues cerca de 200 unidades para servidores públicos. “Neste caso, são atendidos servidores que ganham até cinco salários, trabalham no serviço público há, no mínimo, dois anos, e não tenham casa própria”, explica Beatriz. Para participar é preciso esperar um edital público. “Estamos para publicar outro edital em breve”, anunciou. Iniciado em 1997, o programa já atendeu mais de 26 mil servidores.Casarões reformados abrigam ex- moradores de áreas de riscoNão são só os servidores públicos estaduais que têm a opção de morar em imóveis reformados do Centro Antigo. Há também um programa voltado para pessoas que moram em zonas de risco, na mesma região, o Programa de Interesse Social (Phis). “Já entregamos unidades a 100 antigos moradores que estavam em situação de risco social. Agora estamos mapeando outras famílias para a próxima etapa do programa”, conta Beatriz Lima, diretora do Centro Antigo. Quatro casarões, totalizando 21 unidades habitacionais, serão destinados a essas famílias. “Já finalizamos os projetos arquitetônicos e estruturais para novas habitações sociais, na Vila Barletta, Rua Capistrano de Abreu e Pilar. Serão 317 unidades habitacionais. As licitações deverão ocorrer até o final deste mês”, acrescenta. Os imóveis em ruínas são desapropriados e, além das reformas internas que os transformam em apartamentos de dois quartos, também é feita a recuperação de telhados e restauração das fachadas>