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Sete bois foram mortos e tiveram partes do corpo abandonadas após furto em fazenda no interior baiano

Essa é a segunda invasão em dois meses na fazenda Guaíba, em São Francisco do Conde

  • Foto do(a) author(a) Monique Lobo
  • Monique Lobo

Publicado em 19 de junho de 2025 às 16:35

Animais foram mortos e vísceras foram deixadas na fazenda, em São Francisco do Conde
Animais foram mortos e vísceras foram deixadas na fazenda, em São Francisco do Conde Crédito: Divulgação

Quadrilhas especializadas em furto de gado têm causado pânico a fazendeiros e produtores rurais no interior da Bahia, principalmente no Recôncavo. Na madrugada desta quinta-feira (19), na fazenda Guaíba, em São Francisco do Conde, sete bois foram mortos, depois que criminosos invadiram a propriedade e encurralaram os animais. Foi a segunda invasão à fazenda em menos de dois meses - no início de maio, cinco bois também foram mortos. De acordo com Luiz Bahia Filho, um dos donos da Guaíba, o prejuízo é de cerca de R$ 60 mil.

O presidente da União Agro Bahia (Unagro), entidade que atua no setor agropecuário do estado, Neto Bahia afirmou que, desde o começo do ano, foram registradas entre duas e três ocorrências por mês. “Em cada invasão, os criminosos matam de três a dez animais, provocando um grande prejuízo aos proprietários que investem para gerar emprego e trabalham duro para o desenvolvimento econômico da Bahia”.

Ainda segundo ele, os proprietários das fazendas invadidas fizeram ocorrências policiais e, agora, aguardam que as investigações identifiquem os responsáveis pelos crimes. “Em todos os casos registrados no Recôncavo, os bandidos agiram da mesma forma, matando os animais e deixando as cabeças e vísceras no local, levando apenas a carne”.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil informou que a  21ª Delegacia Territorial (DT/São Francisco do Conde) investiga a ocorrência e que "oitivas e diligências estão em andamento para esclarecimento do fato e identificação dos envolvidos". Também procurada, a Polícia Militar sugeriu contatar a Polícia Civil. 

Outras ocorrências semelhantes à da fazenda Guaíba aconteceram em setembro de 2024 e em fevereiro deste ano, em São Francisco do Conde, quando dez bois foram mortos na fazenda Engenho Novo. Neto Bahia acrescentou que encaminhou um ofício à Secretaria da Segurança Pública (SSP) solicitando uma audiência para discutir o problema com as autoridades. “Já tivemos três reuniões na SSP, mas estamos longe do controle efetivo da situação. Certamente há mais de uma quadrilha envolvida e a segurança rural precisa ser efetiva para que os fazendeiros possam ter tranquilidade para tocar seus negócios”.

O portão foi arrombado pelos criminosos que invadiram o local por Divulgação

Operação da polícia

Em maio deste ano, o Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), por meio da 37ª Delegacia Territorial (DT/São Sebastião do Passé), realizou uma operação para investigar um grupo criminoso envolvido no furto e comercialização clandestina de carne bovina, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

Intitulada de "Operação Agro", a ação cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois de prisão. Os mandados foram expedidos pelo crime de abigeato, que é o roubo e abate clandestino de gado.

No local, além das prisões, os agentes apreenderam drogas e duas metralhadoras.

Problema antigo

O problema vivido pelos fazendeiros é recorrente. Em 2017, o CORREIO revelou que áreas do Recôncavo baiano já eram alvo desses ataques. No mês de outubro deste ano, pelo menos 300 animais foram levados pelos bandidos em terras da região.

Na época, a Polícia Civil informou que os ataques se concentraram na zona rural das cidades de Santo Amaro, São Sebastião do Passé e Terra Nova, mas também tinham registros em Amélia Rodrigues e Teodoro Sampaio.

Ainda segundo a polícia, para transportar o gado de forma escondida, os ladrões usavam caminhões-baú e agiam sempre à noite. O animal, geralmente, era abatido e a carne vendida para açougues. Na época, o órgão já investigava se o gado estava sendo levado para frigoríficos, porque tinha registros de grandes furtos, com 11 a 35 cabeças de gado abatidas de uma vez só.