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Larissa Almeida
Publicado em 27 de maio de 2025 às 05:20
A menos de um mês para o São João, cinco cidades baianas com tradicionais festas juninas já não têm mais hospedagens disponíveis para as datas mais aguardadas do ano pelos baianos. Em alguns municípios, a prefeitura tem estimulado a locação de casa por parte dos moradores como a única alternativa possível para abrigar os turistas que são atraídos pelo arrasta pé no interior do estado. >
Esse é o cenário de Iaçu, cidade situada no centro-norte da Bahia, que deve receber até 20 mil turistas durante o mês de junho. De acordo com Vívian Nunes, secretária de Cultura do município, são esperados 15 mil turistas do estado e 5 mil de fora. Durante o período de festa, a média de público deve ser de 22 mil a 25 mil por noite. >
O Arraiá do Mochilão, como é chamado o festejo na cidade, nomes como Marcos & Belutti, Dorgival Dantas, Kevin Jhony e Devinho Novaes vão embalar o público forrozeiro. A programação agradou tanto que não resta mais nenhuma reserva disponível nos hotéis e pousadas de Iaçu. Por isso, a prefeitura tem ajudado a divulgar as casas disponíveis para aluguel de temporada. >
“Tem sido muito difícil encontrar imóveis disponíveis, porque rapidamente as pessoas colocam para alugar, já são contactadas e fecham algum tipo de contrato. Nosso São João, hoje, é o evento que mais movimenta nossa economia e nosso comércio. Vemos um aumento muito grande da receita nos mercados, nos bares e no comércio geral de forma geral. O impacto é o maior possível”, destaca Vívian Nunes. >
Para estar à altura do público que atrai, o investimento da prefeitura no São João da cidade será entre R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões. Além da segurança e montagem de estrutura, o recurso será destinado para as festas nos bairros, que começam desde o final deste mês de maio. >
“Aqui nós temos toda uma ambientação e estratégia para que nosso público respire São João durante todo mês. Temos a Feira da Agricultura Familiar com pequenos produtores, que fornecem produtos que fazem parte do universo junino, como bolo de milho e bolo de aipim. Temos o Arrastão dos Candangos, que acontece no dia 22 de junho, e faz alusão aos mochileiros trabalhadores que viajavam para fora através da linha ferroviária para trabalhar na construção civil fora do estado e depois retornava para as suas famílias”, detalha a secretária de Cultura. >
Além das festividades, há destinação do orçamento para a ornamentação, que conta com portais iluminados, fogueiras coloridas e bonecos gigantes que representam a população. Juntos, esses aspectos são utilizados com o intuito de fazer os turistas quererem ficar mais tempo na cidade. Neste ano, o resultado dessa estadia deve gerar um faturamento de até R$ 10 milhões. >
Em Amargosa, cidade do Recôncavo Baiano que tem uma das maiores festas juninas do estado, 100% da rede hoteleira também já foi ocupada, não sendo possível encontrar estadias em hotéis através dos sites e aplicativos online. Segundo a prefeitura, são esperados 100 mil turistas nos seis dias de festa, que contará com investimento superior a R$ 8 milhões. >
A estimativa de retorno, por sua vez, é quase quatro vezes maior do que o investimento. “Esperamos movimentar mais de R$ 30 milhões na economia municipal. A cidade, que tem pouco mais de 36 mil habitantes, se prepara durante todo o ano para acolher os milhares de visitantes com conforto e segurança. São três palcos com agenda diversificada, mais de 130 horas de forró, praça de alimentação com delícias típicas, vila cenográfica, banheiros químicos bem distribuídos e policiamento 24h”, ressalta a prefeitura por meio da assessoria de comunicação. >
Já em Ibicuí, no sudoeste da Bahia, a Secretaria de Turismo do município estima movimentar R$ 4 milhões na economia através das festividades juninas. Ao total, são esperados 100 mil turistas. Por conta do alto número de público, também não mais hotéis e pousadas disponíveis. >
“O forte aqui é aluguel de casas, que geralmente ultrapassa a quantidade de 200 casas por ano. O São João impacta diretamente na economia da cidade durante praticamente todo o ano. Todos os setores de comércio começam a sentir o reflexo dos festejos a partir de março, quando todos se preparam para a festa seja pintado as casas, renovando móveis, preparando produtos para serem comercializados nos festejos e a geração de empregos temporários”, afirma o coordenador de comunicação do município, Sillas Vasconcelos. >
Outras duas cidades baianas, que são forças do São João da Bahia, também já não têm mais hospedagens disponíveis em sites especializados: Santo Antônio de Jesus e Serrinha. A reportagem procurou a prefeitura de Santo Antônio de Jesus para se posicionar, mas não obteve retorno. O CORREIO não conseguiu contato com a prefeitura de Serrinha. >