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Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2022 às 06:00
“Venha cá, véi” você sabia que a festividade de São João também chegou para a Santa Dulce dos Pobres? Iniciando todos os vídeos com esse jargão, Ivan Mesquita, conhecido por “O Cêro”, viral nas redes sociais por contar histórias de cidades e costumes nordestinos, idealizou o 1º Arraiá da Dulce, com canções, cenário e comidas típicas na manhã da terça-feira (14). Junto ao sanfoneiro Jó Miranda e quadrilhas colaboradoras, o festejo reuniu mais de 10 mil espectadores on-line e fez a alegria dos pacientes e moradores do Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência, uma das unidades das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), localizada na sede da instituição, no Largo de Roma.>
“Já vinha pensando nessa causa há algum tempo. Ano passado fiz um vídeo da história da irmã Dulce no intuito de levar o público para essa causa. Esse ano pensei em fazer campanha mais direta, algo mais objetivo”, conta Mesquita. O contador de histórias lembra, no entanto, que a doação deve ser considerada por todos. Isso porque a Osid tem enfrentado a mais grave crise financeira desde a sua fundação. A estimativa é um déficit acumulado de 44 milhões até o final do ano, afirma Sérgio Lopes, assessor corporativo da instituição. Idealizadores do Arraiá, Jó Miranda (com sanfona) e Ivan Mesquita (com microfone) desenvolveram evento após entrevista em programa (Foto: Divulgação) Durante o evento, dois projetos de quadrilhas da Osid marcaram presença. A Quadrilha Renascer, para idosos, e a Quadrilha Terecoteco para pessoas com deficiência (PcD). “Ai de mim se não fosse esse projeto. É vida para todos nós idosos, principalmente para mim que trabalhei demais. É vida! É vida! Coral, quadrilha, samba de roda, passeios, tudo é daqui. Me sinto muito bem. Maravilhosamente bem”, comemora Avany Barbosa, de 78 anos, integrante da Quadrilha Renascer. O animador da Terecoteco e educador físico, José Carlos Sobrinho, adapta os passos de quadrilhas tradicionais para inclusão do público PcD. Para ele, o objetivo da quadrilha é trabalhar a consciência da cultura junina ao mesmo tempo que fomenta a inclusão social. O grupo se apresenta em shoppings, festivais e quermesses, levando felicidade ao público que assiste. Pessoas com deficiência (PcD) do Centro Especializado em Reabilitação Irmã Dulce e do Centro de Acolhimento à PcD da Osid formam a Quadrilha Terecoteco e curtem show junino (Foto: Divulgação) A instituição fundada pela primeira santa brasileira atua oferecendo atendimento gratuito na saúde, educação e assistência social. São 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais, 23 mil cirurgias e 43 mil internamentos realizados anualmente na Bahia. “Foi uma experiência maravilhosa. Nunca tive oportunidade de trabalhar em equipe dessa forma organizada. Foi único”, celebra o sanfoneiro Jó Miranda, que faz visitações musicais a pacientes acamados há mais de 10 anos.Com 89 anos, a integrante da quadrilha Renascer, Norma Sacramento, reconhece o valor do projeto. “Faço parte das festas, ginástica e consultas de médico. Estou muito satisfeita, já vou fazer 90 anos, [mas] tudo que tem aí estou presente”, afirma lembrando que, junto a outras idosas, está buscando uma forma de angariar fundos para a entidade. Pacientes do Centro de Geriatria e Gerontologia da Osid dançam na Quadrilha Renascer e animam evento (Foto: Divulgação) Em busca de fôlego nas dívidas, Sérgio Lopes, assessor corporativo da instituição, diz que a Osid está em contato com o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) na expectativa de que haja uma solução das duas esferas. Diz, no entanto, que ainda não houve negociação. >
Além das instituições públicas, cada pessoa também pode doar através do PIX [email protected], do site da campanha “Um Milhão de Amigos Para Santa Dulce” (www.1milhaodeamigossantadulce.org.br) ou do contato com a Central de Relacionamento com o Doador (CRD) da entidade, pelo telefone (71) 3316-8899.*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo >