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Carol Neves
Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 10:07
A aposentada Lucélia Maria Gonçalves, de 53 anos, foi libertada na noite de segunda-feira (13) após passar quase cinco meses presa sob suspeita de envenenar duas crianças com cajus em Parnaíba, no Piauí. A Justiça acolheu o pedido de liberdade provisória feito pelo Ministério Público. Ao deixar a Penitenciária Feminina de Teresina, Lucélia se declarou inocente.>
"Agora eu vou descansar em paz, porque sempre falei a verdade, mas ninguém acreditava, exceto minha família e meu advogado. Estou aliviada, graças a Deus", disse a aposentada, segundo O Globo. Ela vai ficar na casa de familiares, pois teve sua residência incendiada por populares revoltados. >
A liberdade de Lucélia foi concedida após a perícia nos cajus consumidos por Ulisses Gabriel, de 8 anos, e João Miguel, de 7, não identificar a presença de terbufós, substância presente no "chumbinho", que teria causado as mortes em agosto. Com isso, Lucélia, que era vizinha das crianças, pode ser inocente. >
As duas crianças fazem parte de uma família que teve outras quatro mortes em Parnaíba, no início de janeiro, após ingestão de um baião de dois envenenado com chumbinho. Com a perícia nos cajus descartando veneno, a investigação se voltou para Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, padrasto da mãe das crianças. Ele foi preso na última quarta-feira por suspeita de ter colocado o pesticida no baião de dois.>
Além dos dois meninos, quatro outras vítimas fatais estão relacionadas a este novo caso, incluindo Francisca Maria, mãe das crianças, e dois de seus outros filhos. A outra vítima é Manoel, também enteado de Francisco.>
"O caso ainda não apresenta evidências que coloquem Francisco diretamente no crime, mas surgiram informações de que as crianças teriam consumido outro alimento além do caju. Como há um fato novo, é preciso revisar todas as circunstâncias", explicou o promotor Silas Lopes.>
Na época em que Lucélia foi presa, ela se tornou suspeita porque já teria reclamado das crianças pegando os cajus que caiam no quintal, o que ela não gostava. Ela sempre negou o crime. >