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Carol Neves
Publicado em 21 de abril de 2025 às 13:53
O Cânion do Peixe Tolo, um dos principais atrativos naturais de Conceição do Mato Dentro, na região central de Minas Gerais, foi fechado temporariamente após a morte de dois turistas no último sábado (19). A medida foi anunciada pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais e pelo Corpo de Bombeiros.>
As vítimas, Leone Barbosa e Thássia Almeida, foram arrastadas pela correnteza após serem surpreendidas por uma cabeça d’água por volta das 15h. O casal fazia parte de um grupo de 12 pessoas, acompanhadas por um guia local, que estava no rio quando uma chuva repentina elevou rapidamente o nível da água. O fenômeno, comum em regiões de cachoeira durante o verão, provocou o acidente. >
Os corpos de Leone e Thássia foram localizados neste domingo, às 12h03, e encaminhados ao Instituto Médico Legal de Diamantina. >
Após o ocorrido, parte do grupo conseguiu sair da área para buscar ajuda, enquanto outros se abrigaram em uma propriedade próxima e acionaram os serviços de emergência. Ainda na noite de sábado, foi iniciada uma operação de resgate envolvendo o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil Municipal, a Secretaria Municipal de Turismo, o Instituto Estadual de Florestas e moradores voluntários.>
A corporação informou que os bombeiros precisaram passar a madrugada com os turistas por razões de segurança, como a falta de visibilidade no local. Apenas na manhã de domingo os oito integrantes que permaneceram ilhados foram resgatados. Eles foram levados para uma pousada na cidade, onde estão recebendo apoio psicológico da Secretaria Municipal de Saúde. Apesar do susto, todos estavam bem fisicamente.>
O atrativo, localizado no distrito de Itacolomi, seguirá fechado por tempo indeterminado. “A Prefeitura de Conceição do Mato Dentro lamenta profundamente a perda, manifesta solidariedade às famílias das vítimas e se coloca à disposição para qualquer auxílio necessário neste momento de luto e dor”, declarou a administração municipal.>
De acordo com a meteorologista Naiane Araújo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fenômeno que causou o acidente ocorre geralmente no verão, com chuvas intensas nas cabeceiras de rios e cachoeiras. “A cabeça d’água é uma área de instabilidade intensa que causa chuva volumosa na cabeceira de um rio ou cachoeira”, explicou ela ao Uol. “Ela despeja muita água em um curto período de tempo, aumentando repentinamente o volume do rio ou cachoeira, por isso o perigo.”>