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Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2022 às 17:03
- Atualizado há 2 anos
Umm congolês que trabalhava em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, foi espancado até a morte na segunda (24) quando foi cobrar pagamento atrasado, segundo informações da família da vítima.>
Moïse Kabamgabe, de 25 anos, trabalhava por diárias no quiosque, que fica perto do Posto 8. O dono do quiosque estava devendo duas diárias e quando Moïse foi cobrar, foi agredido, diz a família, que pede uma investigação rigorosa.>
“Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça”, disse ao G1 Ivana Lay, mãe do rapaz.>
O corpo de Moïse foi sepultado no Cemitério de Irajá no domingo (30), em meio a protestos.>
O congolês veio para o Brasil com a família em 2014, como refugiado. “Uma pessoa de outro país que veio no seu país para ser acolhido. E vocês vão matá-lo porque ele pediu o salário dele? Porque ele disse: ‘Estão me devendo’?”, diz Chadrac Kembiulu, primo do rapaz.>
Câmeras de segurança As câmeras do quiosque gravaram as agressões, que duraram cerca de 15 minutos, segundo os familiares. Testemunhas dizem que cinco homens atacaram o rapaz, usando taco de beisebol e pedaços de madeira. Ele foi encontrado horas depois, amarrado, abandonado em uma escada. >
Yannick Kamanda, primo da vítima, diz que viu a gravação, que mostra Moïse indo reclamar com o gerente. Ele conta que o primo foi recuando quando o gerente pegou um pedaço de madeira e só depois pegou uma cadeira dobrada para se defender. "Ele não chegou a atacar ninguém. O gerente chamou uma galera que estava na frente do quiosque. Até então tinha só um sentado", diz. >
A partir daí, outros homens partiram para cima de Moïse, batendo nele com madeira. Um outro homem usou uma corda para amarrar as mãos e pés dele, passando ainda a corda pelo pescoço. "Ficou amarrado no mata-leão, apanhando. Tomando soco e taco de beisebol nas costelas. Até ele desmaiar", relata.>
Mesmo depois do episódio de violência, o dia de trabalho continuou, com Moïse caído no chão. "Eles foram embora e ficou só o gerente do quiosque. E ele deitado no chão, como se nada estivesse acontecendo. Trabalhando, atendendo cliente. E o corpo lá”.>
A família só soube do crime quase 12h depois, já na manhã de terça. O caso é investigado pela Polícia Civil do Rio. >