Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Estadão
Publicado em 5 de junho de 2025 às 14:25
A convenção nacional do PSDB autorizou, nesta quinta-feira, 5, a incorporação com o Podemos. Os dois partidos pretendem se reunir na próxima semana para fechar os últimos ajustes da união. O placar final terminou com a aprovação de 201 delegados. Votaram pela rejeição duas pessoas e dois tucanos se abstiveram. >
Integrantes do partido chamam o procedimento de “incorporação com características de fusão” – por isso, tucanos esperam que o novo nome seja “PSDB+Podemos”. “Quero manter o nome PSDB vivo ainda”, diz o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).>
O PSDB vive uma crise – hoje, o partido tem 13 deputados e três senadores no Congresso Nacional. Nas eleições para o Legislativo federal de 2022, a sigla teve o pior resultado de sua história, quando elegeu 13 deputados e nenhum senador.>
A sigla ainda teve a baixa de dois de seus três governadores. Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, migraram para o PSD.>
O remanescente, Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, chegou a participar brevemente da convenção nesta quinta-feira, mas ainda não decidiu se permanecerá no partido. “Se sair, vamos em frente do mesmo jeito”, minimizou Aécio Neves.>
O ex-governador de Minas Gerais se diz otimista com a incorporação. A projeção, segundo ele, é de eleger 50 deputados e lançar um candidato à Presidência da República em 2026.>
Ele também afirma que 14 deputados e dois senadores estão em diálogo para entrar no partido. “Tomamos decisões extremamente equivocadas e estamos pagando um preço alto por elas, mas não perdemos o sentimento que vivíamos lá atrás quando fundamos o PSDB”, disse Aécio.>
Estudo encomendado pelo Podemos e obtido pelo Estadão aponta que, em caso de fusão, o novo partido teria um Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) de cerca de R$ 380 milhões, tornando-se o sétimo maior do País, à frente do Republicanos. Já o fundo partidário chegaria a R$ 90 milhões, ocupando a quinta posição entre as legendas e superando PSD, Republicanos e MDB.>
Uma questão técnica levou à incorporação. O PSDB, por estar federado com o Cidadania, precisaria do aval da legenda para uma fusão.>
A incorporação, no modelo proposto, dividirá a estrutura executiva nacional do partido em duas: metade do Podemos e metade do PSDB. “O PSDB está se renovando para mostrar que é possível fazer diferente”, disse Marconi Perillo, presidente do partido.>
A ideia da sigla é apresentar um novo PSDB, como um partido “radical de centro”, com um novo símbolo e um novo programa até outubro deste ano. “O PSDB é radical, sim. É radical no que importa”, afirmou Perillo.>
A frase “radical no que importa” estampa bonés azuis do PSDB distribuídos aos partidários na convenção desta quinta-feira, seguindo a tendência de apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro.>