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Carol Neves
Publicado em 26 de junho de 2025 às 10:08
Novos detalhes de um crime chocante revelam que Elizabete Arrabaça, de 67 anos, acusada de envenenar a nora Larissa Rodrigues e a própria filha Nathália Garnica, enfrentava uma situação financeira complicada, com dívidas que ultrapassavam R$ 320 mil em múltiplos financiamentos. Os crimes aconteceram em Ribeirão Preto (SP).>
"O que ela (Viviane, outra filha da suspeita) trouxe é que, com a prisão da mãe, foi administrar as contas da mãe e acabou sendo surpreendida por vários financiamentos,", relatou ao portal G1 Bruno Correa, advogado de Elizabete. A origem do endividamento ainda é desconhecida, mas a descoberta acrescenta um novo elemento às investigações sobre as mortes ocorridas entre fevereiro e março deste ano. >
Antonio Garnica, ex-prefeito de Pontal (SP) e ex-marido de Elizabete, revelou à polícia um detalhe perturbador: "O senhor Antonio trouxe mais esse elemento, de que, ao tempo em que ele era casado com a senhora Elizabete, ele descobriu, tempos depois, de que ela teria feito um seguro de vida no nome dele. Naquele momento, ele falou: 'ah, ela quis se resguardar'. Hoje, ele entende que poderia até mesmo ser uma vítima dela", explicou Júlio Mossin, advogado de Luiz Garnica, filho do casal e também preso no caso. >
O Ministério Público já prepara a denúncia formal contra mãe e filho. "Se as qualificadoras forem reconhecidas pelos jurados, ao fixar a pena, o juiz, com certeza, fixará uma pena acima de 30 anos de reclusão para cada um", afirmou o promotor Marcus Túlio Nicolino, destacando que Elizabete deve receber sentença mais severa por supostamente ter administrado pessoalmente o veneno. >
Duas mortes, um mesmo modus operandi>
As investigações mostram que tanto Larissa, de 37 anos, quanto Nathália, de 42, morreram após ingerir "chumbinho", embora as substâncias tenham composições distintas. >
Larissa foi encontrada morta em março, dias após descobrir uma traição do marido e manifestar intenção de se divorciar. Já Nathália, que ocupava cargo na Vigilância Sanitária de Pontal, faleceu um mês antes. A causa da morte dela foi descoberta somente após o corpo ser exumado depois da morte da cunhada.>
Em uma carta, Elizabete alegou que sua filha Nathália, havia conseguido dois vidros de "chumbinho" a pedido de terceiros devido a uma infestação de ratos. Elizabete afirmou que guardou o veneno junto com remédios na bolsa e que alguém o misturou a um deles, levando Larissa a ingerir acidentalmente.>
No entanto, o laudo confirmou envenenamento por "chumbinho" na morte de Larissa, encontrada no apartamento que dividia com o marido, Luiz Antônio. Ambos, Elizabete e Luiz, tornaram-se suspeitos. O delegado Fernando Bravo revelou que Larissa relatou mal-estar, como diarreia, após encontros com a sogra. Além disso, Luiz tentou limpar o apartamento após encontrar o corpo da esposa em rigor mortis, comportamento considerado suspeito pela polícia: "A participação dele ficou bem evidente para nós", afirmou Bravo.>