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Crises de enxaqueca acabam com a chegada da menopausa? Entenda

Médico explica que hormônios como o estrogênio influenciam na sensibilidade e na prevalência dos sintomas

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 21 de agosto de 2025 às 08:38

Medicamentos para crise de enxaqueca, que são cronificadores, não tratam a doença (Imagem: Aquarius Studio | Shutterstock)
Crises de enxaqueca acabam com a chegada da menopausa? Entenda Crédito: Imagem: Aquarius Studio | Shutterstock

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a enxaqueca como a segunda condição mais incapacitante do mundo, atrás apenas da dor nas costas. De fato, quem convive com crises de enxaqueca, geralmente, caracterizada por dor de cabeça intensa, tontura, sensibilidade a luz e cheiros, vômitos e irritabilidade, sabe o quanto elas podem comprometer a vida social, familiar e profissional. As mulheres são mais atingidas, principalmente por influência hormonal.

“Estima-se que a doença afete um terço dos homens para dois terços das mulheres”, destaca o neurologista especializado em cefaleia Tiago de Paula, membro da International Headache Society (IHS) e da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). “Apesar de ser uma enfermidade genética, hormônios como o estrogênio influenciam na sensibilidade e na prevalência dos sintomas”. Por isso, é comum a crença de que crises diminuam com a chegada da menopausa — período em que os níveis dos hormônios femininos caem de forma acentuada.

De fato, para cerca de dois terços das mulheres, essa fase pode representar uma redução significativa na frequência e na intensidade dos episódios. No entanto, o alívio não é regra. “Na transição para a menopausa é muito frequente que as mulheres sofram mais com a doença devido à flutuação hormonal típica dessa fase. Com o passar do tempo, essas substâncias se estabilizam em níveis mais baixos por um tempo e as crises tendem a melhorar”, explica a ginecologista Helena Hachul, professora da disciplina de Saúde da Mulher da Faculdade de Medicina do Einstein Hospital Israelita.

Mesmo assim, é essencial que as mulheres que sofrem com essa condição não parem de tratá-la. “A enxaqueca é uma enfermidade complexa que pode persistir na forma de tontura, distúrbios do sono, dores musculares, alterações de humor e até ondas de calor com origem neurológica, fatores que não devem ser ignorados”, alerta Tiago de Paula.

Daí a importância de procurar ajuda em todas as fases da vida, evitando que o quadro fique crônico. “É importante analisarmos o contexto da menopausa: se a mulher parou de menstruar de uma vez ou passou por uma transição com muita flutuação hormonal, por exemplo. O médico também vai avaliar os sintomas, se há uma mudança no padrão das crises, quanto tempo elas duram, se é uma dor pulsátil, entre outros fatores. Tudo isso ajuda a direcionar e indicar o melhor tratamento”, diz a ginecologista do Einstein.

Nessas consultas, os médicos também identificam fatores que podem estar agravando o quadro, como o consumo excessivo de medicamentos para cefaleia. Muitas vezes, esses remédios não resolvem o problema e ainda podem causar efeito rebote, intensificando o incômodo.

Essa avaliação individualizada também pode evitar que a situação piore. “Um ponto crucial é a terapia de reposição hormonal: muitas mulheres na menopausa são orientadas a repor estrogênio para alívio dos sintomas hormonais, mas, em pacientes com enxaqueca com aura, essa reposição pode representar risco aumentado de eventos cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais”, alerta o neurologista.

Manter hábitos saudáveis — como hidratação adequada, sono de qualidade, alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas — é fundamental para reduzir o risco de crises. “Também é importante evitar fatores como estresse e o consumo de bebidas alcoólicas nessa fase da vida”, orienta Hachul.