Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 20 de abril de 2015 às 20:41
- Atualizado há 2 anos
Dançarina assassinada no Rio ia voltar para a casa da mãe, em Goiás (Foto: Reprodução)A família da dançarina Amanda Bueno, assassinada pelo noivo, Milton Ribeiro, na quinta-feira passada, divulgou gravações de mensagens enviadas por ela horas antes do crime. Nelas, chorando, Amanda dizia que voltaria para casa da mãe, em Goiás, em dois dias. >
“Mãe, por favor, não viaja que eu preciso chegar em casa e te dar um abraço”, pediu Amanda. Em tom angustiado, disse ainda: “Mãe, eu nem vou te falar o que aconteceu, mas eu 'tô' indo embora. Mãe, não viaje, por favor. Eu vou chegar aí em casa até sábado”. >
As mensagens de áudio foram mandadas por um aplicativo de mensagem de telefone celular para a mãe de Amanda, Iraídes Maria de Jesus, e fornecidas pela irmã da dançarina, Valsirlândia Lopes Sena, à emissora TV Anhanguera, de Goiás.>
A família mora em Anápolis, distante 55 km de Goiânia. O corpo foi enterrado no domingo no município de Trindade. Amanda (nome artístico de Cícera Alves de Sena tinha 29 anos e morava havia quatro no Rio, cidade em que trabalhava como dançarina de funk. >
Vivia com Ribeiro na casa dele, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O casal estava noivo. Uma briga por ciúme teria sido o motivo do assassinato.>
Segundo a versão do criminoso apresentada à polícia, na segunda-feira Amanda confessou que se havia prostituído quando morava em Brasília, o que teria gerado uma discussão. >
Na quinta-feira, conforme mostram imagens gravadas por uma câmera de TV da casa de Ribeiro, ele imobilizou a noiva no chão da área externa do imóvel, bateu a cabeça dela no chão, deu coronhadas em sua cabeça e atirou em seu rosto com uma pistola e, depois, com uma espingarda. >
Após o crime, ele roubou um carro para tentar fugir, mas capotou o veículo. Preso depois do acidente, Ribeiro confessou o assassinato. Disse estar arrependido do crime.>
Foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima, agravado pelo novo crime de feminicídio. Desde março, a lei 13104/15 define como crime hediondo a morte violenta de mulheres por motivo de gênero.>
Exagero O advogado do assassino, Hugo Assunção, considera a tipificação exagerada. “Ele vai responder por seus atos, mas eles não moravam juntos, então não se configura a violência doméstica, nem tinha raiva de mulher para enquadrar como feminicídio. Não é um monstro, e não foi por motivo fútil.” Noivo imobilizou a dançarina, bateu a cabeça dela no chão, deu coronhadas em sua cabeça e atirou em seu rosto com uma pistola (Foto: Reprodução)Assunção disse ainda que o cliente tinha autorização do Exército para manter cinco armas em sua casa - uma espingarda calibre 12, três pistolas e um revólver, todos apreendidos pelos policiais civis.>
O delegado Fábio Cardoso, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, informou ontem que o inquérito do caso será concluído ainda nesta semana. Nele, vai sugerir à Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado que investigue possível ligação de Ribeiro com milicianos. Ele é dono de uma cooperativa de vans que trafegam na Baixada Fluminense. >