Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Tharsila Prates
Publicado em 1 de agosto de 2025 às 22:49
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou nesta sexta-feira (1º) da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) na décima segunda mesa do evento, “O lugar da floresta”, que homenageou ambientalistas assassinados no Brasil nas últimas décadas, como Chico Mendes, Dorothy Stang e Dom Phillips. Instada a falar sobre o PL 2159/2021, que afrouxa a legislação ambiental brasileira, ela citou Trump e a análise que o governo brasileiro tem feito nos mais de 60 artigos e 300 dispositivos do projeto. A ministra ainda relembrou a infância, a adolescência e, emocionada, arrancou aplausos da plateia, que lotou o auditório. >
"O licenciamento ambiental é a principal vértebra da proteção ambiental no Brasil. Não consigo ver como poderemos alcançar as metas de redução de CO2 se o licenciamento ambiental for mutilado da forma como foi no Congresso. Como até o Trump disse que estava taxando porque estava preocupado com a questão do desmatamento e o afrouxamento das regras ambientais, eu imagino que a gente vai conseguir um novo espaço de diálogo", disse ela sobre o PL aprovado no Congresso.>
Segundo a cobertura do jornal O Globo, Marina ainda falou como a literatura entrou em sua vida. Disse que foi por meio dos versos de cordel recitados pela avó analfabeta. A ministra só aprendeu a ler aos 16 anos, quando se mudou do seringal para a cidade.>
Ela contou que o que a motivou a aprender a ler foi um cordel sobre a batalha de rimas entre um letrado da cidade e um sertanejo. Marina quis saber por que o homem da caatinga perdeu e soube que era porque ele era analfabeto.>
"Eu falei: 'então, eu não quero ser analfabeta”, disse a ministra, sem conter as lágrimas e recebendo o carinho do público, que se levantou para aplaudi-la.>
Ela também falou sobre o "desafio imenso" que será a COP 30, em Belém, este ano: "A COP deve sair com mandato para fazer um mapa para o fim dos combustíveis fósseis, do desmatamento e viabilizar US$ 1,3 trilhão", afirmou Marina, em referência ao valor necessário para possibilitar os investimentos necessários para impedir que a temperatura do planeta suba mais de 1,5º.>