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Deputado é preso pela PF por suspeita de ligação com o Comando Vermelho

Ao todo, 14 pessoas foram detidas em ações simultâneas

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 3 de setembro de 2025 às 10:24

O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, do MDB
O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, do MDB Crédito: Divulgação/Alerj

O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, foi preso nesta quarta-feira (3) em uma operação conjunta da Polícia Federal (PF), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil do Rio. O parlamentar é suspeito de tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e de intermediar a negociação de armas e acessórios para o Comando Vermelho (CV).

TH não foi localizado inicialmente em sua residência no condomínio de luxo na Barra da Tijuca, mas acabou sendo encontrado em outro conjunto de imóveis de alto padrão no mesmo bairro, segundo a TV Globo. Ao todo, 18 pessoas eram procuradas em operações simultâneas, e 14 já foram presas. Entre os detidos estão Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como um dos chefes do CV; Gustavo Steel, delegado da PF; Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, assessor de TH; e o próprio deputado.

TH Joias por Reprodução

A defesa de TH e dos demais presos não havia se manifestado até a publicação da matéria. A Alerj informou que “prestou apoio às autoridades competentes”, enquanto o MDB anunciou a expulsão do parlamentar dos quadros do partido.

As prisões fazem parte de duas operações integradas: uma com mandados expedidos pela Justiça Federal, outra pelo Tribunal de Justiça do RJ. Um dos endereços alvo das buscas foi a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Segundo a PF, foi identificado “um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão e agentes políticos e públicos”. Para o MPRJ, TH teria usado o mandato para beneficiar o CV, inclusive nomeando comparsas para cargos na Alerj.

Investigação federal

Na Operação Zargun, a PF cumpriu 18 mandados de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão e determinou o sequestro de bens no valor total de R$ 40 milhões, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). As apurações apontam envolvimento de TH, chefes do CV e outros agentes públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares e ex-secretários.

“A organização infiltrava-se na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais”, declarou a PF. Os investigados responderão por organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Investigação estadual

Na Operação Bandeirante, o MPRJ denunciou TH e quatro pessoas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito. O grupo mantinha vínculos com o Comando Vermelho, atuando nos complexos da Maré e do Alemão e em Parada de Lucas.

Segundo a denúncia, eles intermediavam a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones usados para dificultar operações policiais nos territórios da facção, além de movimentar grandes quantias em dinheiro para financiar suas atividades. A ação penal, proposta pelo procurador-geral de Justiça do RJ, Antonio José Campos Moreira, gerou quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão cumpridos em endereços na Barra da Tijuca, Freguesia e Copacabana.

Quem é TH Joias

TH Joias assumiu uma vaga na Alerj em junho de 2024 como suplente de Otoni de Paula Pai, que faleceu em maio daquele ano. Rafael Picciani, primeiro na fila, optou por permanecer como secretário de Esporte e Lazer, abrindo caminho para TH.

O deputado ganhou notoriedade no design de joias personalizadas de luxo, atividade que aprendeu com seu pai, Juberto, na loja da família em Madureira, Zona Norte do Rio. Entre seus clientes estão o funkeiro Poze do Rodo, o cantor L7 e o jogador Vini Jr.