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Perla Ribeiro
Publicado em 25 de março de 2025 às 07:59
A empresa de de segurança do ex-policial militar do Bope, Ronny Pessanha de Oliveira, preso na última segunda-feira (24), movimentou pelo menos R$ 5 milhões no intervalo de um ano. As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos do Rio de Janeiro apontam que o montante foi movimentada pelos sócios da empresa, o próprio ex-PM do Bope e de sua mãe, Elaine da Silva Pessanha, que é considerada foragida. >
O G1 RJ apurou com a polícia que o dinheiro foi obtido através da exploração de serviços como taxas de segurança e expulsão de moradores de condomínios na comunidade da Muzema, para a apropriação dos imóveis, e que diversos depósitos foram feitos em espécie na conta da empresa de Ronny. Com a prisão dele, a polícia quer identificar qual foi o montante movimentado no esquema de lavagem de dinheiro. >
Expulso da corporação em setembro de 2023, Ronny mantinha uma vida de luxo. Um dos veículos apreendidos na casa dele, uma McLaren GTS de 2020, está avaliada em R$ 3 milhões. Na polícia, foi lotado no 9º BPM (Rocha Miranda), no Batalhão de Operações Especial (Bope) e também no 41º BPM (Irajá). Ele também foi preso em 2024 por suspeita de envolvimento com milicianos em Rio das Pedras. “Ele tinha essa empresa de fachada, que não tinha funcionário cadastrado, nenhuma rede social vendendo serviço. Fomos noticiados por diversos depósitos em espécie, quase R$ 600 mil em 2 meses. Esse dinheiro era ilícito e ele passava pela conta da empresa, simulando a prestação de serviços, a fim de lavá-lo”, informou o titular da DRF, o delegado Jefferson Ferreira, em entrevista ao G1 SP.>
Apesar das cifras volumosas que a empresa de segurança do policial, a Skull 47, movimentava, não tinha sede própria. O endereço era a própria casa do PM. O mesmo local também era utilizado como endereço da Associação de Proprietários de Lotes e Casas do Loteamento Sítios reunidos da Muzema. Durante as investigações a polícia constatou ainda a existência de pessoas que recebiam valores da empresa nas regiões próximas da Muzema; no Vidigal e na Cruzada São Sebastião, onde Ronny foi criado e sua mãe ainda possui endereço; e no Complexo da Penha, que repassava ordens do tráfico para Ronny, responsável por treinar traficantes para combater facções rivais e policiais, segundo as investigações.>
Segundo o delegado Jefferson Ferreira, Ronny tinha diálogo direto com os chefes do Comando Vermelho e tinha ajuda de uma sócia, a própria mãe, para realizar as ações de lavagem de dinheiro. “Ele contava com apoio da sócia da empresa dele, que realizava atos de ocultação patrimonial: ele tinha, por exemplo, um veículo de R$ 300 mil em nomes dessa sócia”, afirmou o titular da Delegacia de Roubos e Furtos. A Polícia Civil identificou transferências bancárias da conta da Skull 47 para uma mulher no Vidigal, que somam pelo menos R$ 55 mil. Houve registros de outras transferências para endereços na Cruzada São Sebastião, no Leblon, onde Ronny foi criado, e de moradores próximos do Complexo da Penha.>