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Falas transfóbicas aconteceram durante discussão de projeto contra união gay em comissão da Câmara
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2023 às 09:52
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) entrou com uma representação contra o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) pedindo R$ 3 milhões por conta de falas transfóbicas dele durante uma votação na quarta-feira (20).
A Comissão de Previdência, Assistência Social e Família votava o PL que busca anular reconhecimento de uniões homoafetivas no Brasil, ontem, quando aconteceu o episódio.
O deputado baiano, com uma bíblia na mão, disse que a identidade de gênero transexual é uma "fantasia". Também fez comentários contra uniões do mesmo sexo. "Deus criou naturalmente homem e mulher, que é igual a filhos. Dois homens ou duas mulheres em uma ilha não vai encontrar nada", iniciou.
Na discussão que se seguiu, Isidório ainda se referiu a Erika no masculino, chamando-a de "meu amigo".
O político disse ainda que homem nasce como homem com binga, portanto, com pinto e com pênis” e “mulher nasce com sua cocota, sua tcheca [sic], portanto, sua vagina". Ele acrescentou: "Homem mesmo cortando a binga não vai ser mulher. Mulher cortando a cocota se for possível não será homem. Todo mundo sabe".
A Marie Claire divulgou que no documento em que dá entrada à representação, Erika diz que a fala de Isidório seria na prática um crime de homotransfobia. Diz ainda que o político quis se aproveitar do momento importante de discussão para "se projetar politicamente a partir de um discurso criminoso, que ofende e vulnerabiliza ainda mais as minorias de gênero".
O pedido é para que Isidório seja indicado por transfobia e também crime de violência política de gênero.