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EUA alteram gênero da deputada Erika Hilton para masculino em visto

Parlamentar Erika Hilton critica "transfobia de Estado" após documento ignorar sua identidade de gênero

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 16 de abril de 2025 às 08:34

Erika Hilton
Erika Hilton Crédito: Câmara dos Deputados

A deputada federal Erika Hilton (PSOL), uma das primeiras parlamentares trans eleitas para a Câmara, teve seu visto para os Estados Unidos emitido com a classificação de gênero masculino, contrariando sua identidade autodeclarada. O caso ocorreu durante o processo de emissão de visto para sua participação oficial na Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, em Cambridge.

Em 2023, sob gestão anterior à de Donald Trump, a deputada havia obtido visto americano com seu gênero correto. Desta vez, segundo sua assessoria, o trâmite foi marcado por obstáculos desde o início, com orientação inicial equivocada para solicitar visto de turista. Apesar da correção posterior, o documento emitido em 3 de abril registrou seu sexo como masculino. "Em nenhum momento preenchi documentação com tal informação", afirmou Erika.

A parlamentar classificou o episódio como "uma situação de violência, de desrespeito, de abuso" e criticou a postura do governo americano: "É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados". Ela destacou ainda o caráter diplomático do caso: "Quando invade um outro país, pede também uma resposta diplomática, uma resposta do Itamaraty".

Diante da recusa em utilizar o documento com a identificação incorreta, Erika Hilton não compareceu ao evento. O ocorrido se dá em um contexto de medidas restritivas do governo Trump, que incluem limitações a direitos de pessoas trans e a remoção de termos como "transgênero" e "LGBTQ" de portais governamentais americanos.

A Câmara dos Deputados, que solicitou o visto diretamente à embaixada americana para esta missão oficial, não se manifestou sobre o caso. A assessoria da parlamentar avalia que não há possibilidade de contestação jurídica, por se tratar de "ato de soberania do governo americano". O Itamaraty ainda não se pronunciou sobre eventuais medidas em relação ao ocorrido.