Ex-deputada Flordelis é presa em Niterói; ela é acusada de matar o pastor Anderson

Justiça decretou a prisão de Flordelis nesta sexta (13), 48h após a perda do foro privilegiado ao ser cassada na Câmara de Deputados

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  • Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2021 às 18:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Agencia Camara/Claudio Andrade

A ex-deputada federal Flordelis foi presa, nesta sexta-feira (13), em sua casa, em Niterói, no Rio de Janeiro.  Agentes da Polícia Civil do Rio cumpriram o mandado da Justiça. Flordelis é acusada de ser a mandante da morte do então marido, o pastor Anderson, que foi morto na porta de casa em 16 de junho de 2019.  A prisão ocorre 48h após a ex-deputada ter o mandato cassado pelo plenário da Câmara dos Deputados, e depois de dois pedidos de prisão: um feito pelos advogados da família de Anderson, que atuam como assistentes de acusação, e outro pelo Ministério Público do Rio, protocolado nesta sexta. De acordo com o G1, a defesa de Flordelis entrou com pedido de habeas corpus. Nas redes sociais, Flordelis divulgou um vídeo onde afirma que estava sendo presa, e pede orações. "Olá gente, chegou o dia que ninguém desejaria chegar. Estou indo presa por algo que eu não fiz, por algo que eu não pratiquei. Eu não sei para quê, mas estou indo com força e com a força de vocês. Orem por mim. Orem, orem. Uma corrente de oração na internet. Busquem a deus, está bom? Um beijo, amo vocês".

Ainda nas redes sociais, um comunicado fala sobre a prisão e reafirma que Flordelis se considera inocente. “Sou inocente, não matei e nem tive participação na morte de meu marido, e aproveito para agradecer as inúmeras manifestações de apoio que recebo diariamente e reafirmar que minha consciência está tranquila diante de Deus, pois sei que não cometi crime algum.”Veja íntegra do comunicado

"Sigo confiante com a notícia sobre a votação do meu processo de cassação pela Câmara. Mesmo tendo ciência de que vários jornais já anunciam como dada a cassação do meu mandato, numa clara tentativa de influenciar e fazer pressão midiática sobre os deputados, eu acredito na paridade e no senso de justiça que permeiam a conduta dos membros dessa Casa. É com base nos artigos 4 e 5 do Código de Ética e Decoro Parlamentar, onde estão enumeradas várias condutas caracterizadas como quebra de decoro, que um mandato pode ser cassado, porém, em nenhum desses pode ser enquadrada a minha conduta como deputada federal. Confio que os Deputados e Deputadas não irão ceder a esses apelos sensacionalistas da mídia, mas farão uma votação justa, com base na democracia de nosso país que prega a garantia da presunção de inocência, onde uma pessoa não pode receber uma punição sem que antes seja julgada e condenada oficialmente, trâmites que sequer ocorreram até então. Outrossim, é importante destacar que devido às inúmeras falhas que foram encontradas no processo do assassinato de meu marido, assim como pela insuficiência de provas materiais contra mim, que meus advogados entraram com o pedido de suspeição da juíza e da anulação do processo que me qualificou por participar no assassinato de meu marido. Cassar meu mandato, sem que haja uma resposta da Justiça sobre o meu caso, pode incorrer na mesma arbitrariedade com a qual sofreu o ex- Senador Delcídio do Amaral, que teve seu mandato cassado por um crime que não cometeu e que tempos depois foi absolvido pela Justiça. Erros dessa magnitude não podem ser realizados por uma Casa que tem como premissa representar a força motriz da nossa democracia. Sou inocente, não matei e nem tive participação na morte de meu marido, e aproveito para agradecer as inúmeras manifestações de apoio que recebo diariamente e reafirmar que minha consciência está tranquila diante de Deus, pois sei que não cometi crime algum."