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Carol Neves
Publicado em 14 de setembro de 2025 às 11:17
Jonathan Martins, de 29 anos, confessou à Polícia Civil ter matado Ana Clara Veloso, de 19 anos, em Ubá (MG), após uma discussão sobre o valor de um programa sexual marcado por aplicativo. Segundo ele, o combinado era R$ 700, mas ele queria parcelar o pagamento, o que teria gerado o conflito. >
Imagens de câmeras de monitoramento mostram Ana Clara passando pela rua onde Jonathan mora, no Bairro Industrial, na noite de domingo (7). Na segunda-feira (8), seu corpo foi encontrado enrolado em um lençol em frente ao portão da casa do suspeito, com múltiplos hematomas.>
Garota de programa foi morta após discussão sobre pagamento
O celular de Ana Clara não foi localizado no local do crime, mas mensagens obtidas por meio de uma amiga revelam que a vítima havia sido contratada para atender um cliente que solicitava “uns fetiches meio doidos”, oferecendo R$ 700 pelo serviço.>
“Essa captura de tela foi encaminhada por intermédio de outra pessoa. Não conseguimos acessar os arquivos diretamente, já que o celular dela não foi encontrado. O que sabemos é que, no dia do crime, o suspeito tentou contato com várias mulheres que realizavam esse tipo de serviço, mas só conseguiu contratar a vítima de 19 anos”, explicou o delegado em entrevista à TV Band Minas.>
Segundo o delegado, os fetiches de Jonathan estariam relacionados à “subjugação da mulher”, envolvendo práticas de submissão. “Essa é a principal linha de investigação, que inclusive o levou a cometer o crime”, afirmou. O crime deve ser enquadrado como feminicídio justamente porque a polícia entende que a condição de mulher da vítima foi essencial para a prática. “As investigações apontam para um crime de feminicídio, uma vez que o autor teria matado a vítima também por razões relacionadas à condição dela ser mulher”, explicou ao portal G1.>
Nas conversas, ainda é possível notar que o contato do suspeito era acompanhado por um versículo bíblico. Ana Clara também teria compartilhado a captura de tela com a amiga, mostrando que Jonathan mencionava “assistir uns vídeos bem pesados”, com conteúdo de abuso sexual.>
O inquérito segue em andamento, com análise do laudo de necropsia e vestígios coletados, e deve ser concluído na próxima semana.>
Outros crimes>
Horas antes do homicídio, Jonathan abordou uma mulher de 36 anos oferecendo dinheiro em troca de sexo. Ao recusar, ela relatou ter sido ameaçada. O caso foi registrado como importunação sexual e será incluído no mesmo inquérito da morte de Ana Clara. “A circunstância da importunação confirma o menosprezo e a subjugação à condição da mulher, fato que levou também ao cometimento do feminicídio”, explicou o delegado Dantas.>
Além disso, a Polícia Civil ouviu uma adolescente de 16 anos que disse ter tido um relacionamento com Jonathan. O caso ainda está em apuração.>
O suspeito também é apontado como responsável por um homicídio ocorrido em junho em Volta Redonda (RJ). “Ele foi indicado como suspeito pela família e pelo crime organizado de lá, o que indica que ele veio fugido para Minas Gerais. Estamos em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro”, completou o delegado.>
Após cometer o crime, Jonathan deixou o corpo na porta de sua casa e seguiu sua rotina normalmente, indo trabalhar no dia seguinte. Ele permanece preso no Presídio de Ubá, assistido pela Defensoria Pública.>