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Jornalista e escritor Wilson Figueiredo morre aos 100 anos no Rio de Janeiro

Morte ocorreu por causas naturais

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 21 de abril de 2025 às 14:13

Wilson Figueiredo no Jornal do Brasil Crédito: Divulgação/Acervo pessoal

O jornalista e escritor Wilson Figueiredo morreu de causas naturais aos 100 anos, no último domingo (20), no Rio de Janeiro. Nome fundamental do jornalismo político brasileiro, Figueiredo teve uma trajetória marcante no Jornal do Brasil, onde atuou como comentarista por 45 anos e se consolidou como uma das vozes mais respeitadas da imprensa nacional.

Nascido em Castelo, no Espírito Santo, e criado em Minas Gerais, Wilson integrou o influente grupo de intelectuais mineiros do século XX, ao lado de amigos como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Otto Lara Resende. A convivência com esses nomes em Belo Horizonte marcou sua formação literária e jornalística.

Vivendo no Rio de Janeiro desde os anos 1950, trabalhou na Agência Meridional e no extinto O Jornal, mas foi no Jornal do Brasil que construiu sua carreira mais sólida. Participou da histórica reforma gráfica do jornal, nos anos 1950, ao lado de Odilo Costa Filho e Reynaldo Jardim, em um movimento que transformou o JB em referência de modernização no país.

Além da atuação jornalística, Figueiredo também se destacou na literatura. Publicou seis livros, incluindo os títulos A Mecânica do Azul (1946), Poemas Narrativos (1947), 1964: o último ato e De Lula a Lula. A escrita sensível e refinada chamou a atenção de contemporâneos como Nelson Rodrigues, que o descreveu como “sempre um poeta”.

Mesmo após se aposentar do Jornal do Brasil, aos 81 anos, Wilson seguiu trabalhando. Aos 88, lançou sua biografia E a vida continua: a trajetória profissional de Wilson Figueiredo, na qual refletiu com humor sobre sua longevidade na profissão: “Evito pensar que possa ser o mais antigo jornalista em atividade no país. Há de haver outro desgraçado, e ainda mais velho, por aí.”

Atuou até os 96 anos na FSB Comunicações, uma das principais agências do país, mantendo-se lúcido, produtivo e presente no debate público até os últimos anos de vida. Wilson Figueiredo completou 100 anos em julho de 2024. Deixa quatro filhos, oito netos e um legado para o jornalismo e a cultura brasileira.