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Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2014 às 23:29
- Atualizado há 2 anos
O presidente da Associação de Moradores do Conjunto das Casinhas, na Favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, Luiz Antônio de Moura, de 41 anos, foi assassinado no fim da tarde de sábado (20) na frente de um centro cultural da comunidade. Conhecido como Guinha, Moura era militante gay, fundador do Grupo Diversidade LGBT do Alemão e organizador da primeira Parada do Orgulho Gay da favela. Os tiros que atingiram Guinha foram disparados de dentro de um carro que passou na frente da casa. O crime é investigado pela Divisão de Homicídios da Capital (DH). Um rapaz de 18 anos foi atingido no braço, atendido em um hospital da região e está fora de perigo. Em sua página no Facebook, Guinha publicou, nos últimos dias, fotos de festas e atividades comunitárias. Ele é personagem do documentário Favela Gay, sobre a militância nas comunidades cariocas, produzido por Cacá Diegues e Renata de Almeida Magalhães. No filme, relata episódios de perseguição a homossexuais e transexuais do conjunto de favelas. Disse que, no passado, eram frequentes os ataques comandados por traficantes. “Para eles, policial, x-9 (delator) e gay eram a mesma coisa”, disse. Em um vídeo do Coletivo Papo Reto divulgado no YouTube em maio passado, Guinha falou sobre o período em que foi travesti e se prostituiu, até deixar as ruas, há 15 anos, voltar aos estudos e iniciar a militância gay. Também criticou a chegada da UPP. “Para a comunidade, não houve mudança.” Em nota, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora informou que policiais ouviram os disparos e pouco depois encontraram o corpo de Guinha. Segundo a DH, foi feita perícia no local e testemunhas começaram a prestar depoimento neste domingo, 21. Os policiais aguardavam a liberação médica do rapaz atingido no braço para ouvi-lo. A polícia ainda não sabe se o crime está relacionado à militância de Guinha em defesa dos gays. >